
A Universo Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo), uma das entidades investigadas pela Polícia Federal na farra do INSS, se valia de várias contas bancárias para evitar o rastreamento dos valores arrecadados com descontos de aposentados e pensionistas.
No material da operação, a PF incluiu relatórios de análise de transações financeiras da AAPPS Universo que mostram, segundo os investigadores, a utilização de “várias contas bancárias, o que pode ser uma prática para distribuir e fragmentar recursos, evitando a concentração em uma única conta e dificultando o rastreamento dos montantes”. A informação é do portal Metrópoles.
A PF também afirma que a presença nas transações de “indivíduos como beneficiários diretos da associação” indica uma “prática de transferências pessoais disfarçadas, à tentativa de fragmentar e ocultar o volume real dos recursos administrados”.
Salto no faturamento
A AAPPS Universo teve um aumento exponencial no valor descontado de aposentados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), entre os anos de 2022 e 2023. De acordo com dados da Controladoria-Geral da União (CGU), a AAPPS Universo, sediada em Sergipe, começou a realizar descontos na folha de pagamento de aposentados em 2022, quando arrecadou R$ 5 milhões.
Na quarta-feira (4), a Polícia Federal (PF) realizou buscas em Sergipe para apreender bens de pessoas ligadas à entidade e, também, à Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (APDAP PREV).
A ação é mais uma fase da Operação Sem Desconto, na qual a PF busca amealhar bens e valores das entidades envolvidas na farra do INSS para depois devolver aos aposentados e pensionistas as quantias desviadas de forma irregular.



