
O Vitória no brasileiro é igual aquele aluno mangueado, que passa o ano todo filando aula, sem estudar, perturbando o juízo de todo mundo e deixa para levar a sério no final do ano, porque passar arrastado também é passar de ano. Toda temporada é isso. Cada rodada é uma estatística dando o Vitória como reprovado, com vaga garantida na Série B do ano seguinte, mas este aluno pouco exemplar prefere tudo com emoção e desafia até a matemática.
Problema do coração do rubro-negro baiano, que sofre, viu. Sofre, mas gosta, pois não abandona. Neste domingo, com mais uma vez a torcida lotando o estádio, o Vitória até jogou bem, mas não conseguiu vencer o Botafogo, em casa: empate sem gols. A luta continua para um fim de ano de primeira. Para permanecer fora do Z4, o Vitória agora depende do tropeço do Santos, que joga logo mais, contra o Flamengo, no Rio de Janeiro.
O Vitória só começou a jogar depois dos 9 minutos, após o tradicional chute de Erick com sua perninha esquerda. Depois, o Vitória melhorou e passou a ditar o jogo, quase marcando com Renzo López. Contudo, o jogo permanecia nervoso e o Botafogo chegou a acertar a trave no finalzinho da etapa inicial, mas o placar foi para o intervalo em branco.
No segundo tempo, já sem o sol na moleira, o Vitória cresceu e passou a atacar mais, levando perigo. O Botafogo insistia em bola parada, enquanto o Leão apostava nas jogadas de velocidade. O chato 0x0 insistia e nada de gol. Kayzer entrou, chegou até a cavar um pênalti que gerou ansiedade na torcida, mas não teve nada. O jogo estava mais nervoso que a redação do Enem. O time do Rio só assistia o Vitória tentar abrir o placar e se manter fora da zona de rebaixamento, mas nada. Jogo terminou como começou, sem gol e o Leão ainda sem saber se vai passar de ano.
Correio/BA, 09/11/2025



