
João Roma, chefe de gabinete de ACM Neto, de quem teve apoio amplo, geral e irrestrito em 2018 para se eleger deputado, deixou o amigo numa saia justa. Aceitou ser ministro de Bolsonaro contra os apelos. E virou o primeiro a pular fora do barco na primeira chance, ressalte-se.
As negociações que resultaram na ascensão de Roma foram conduzidas pelo Republicanos, o partido dele. Mas ele é tão ligado a Neto que para o ex-prefeito ficaria muito mal: se aceitasse, estaria automaticamente conectado a Bolsonaro e, da pior forma, sem negociar nada, levado a reboque.
Links — Lógico que ele não aceitou figurar como um líder apequenado. E preferiu o mal menor, perder o amigo e dizendo que Bolsonaro ‘ganhou um inimigo’.
Seja como for, o cenário que o início de 2021 está se configurando com os tentáculos para 2022 é único. Historicamente, o vencedor da disputa baiana tem fortes ligações com o governo federal.
Assim foi na era de ACM, o velho, e também na do PT, com Jaques Wagner e Rui Costa ancorados em Lula e Dilma. Rui ganhou sem o presidente em 2018 num cenário em que o eleitorado repudiou os petistas e os seus velhos adversários.
Agora, já que Neto ainda vai construir a sua referência e Rui Costa também, Bolsonaro vai trilhar os caminhos dele atacando também aliados do PP de João e do PSD de Otto Alencar. No mais, nem precisa pagar para ver. Vai se ver.
Folia turbina a pandemia
Pelo que se vê nos quatro cantos do litoral baiano, não há o Carnaval oficial, mas há folia. Porto Seguro, Morro de São Paulo e Boipeba, em Cairu, no litoral norte e na Península de Maraú, os maiores points turísticos do litoral baiano estão lotados. E, mesmo quando não há folia, há aglomeração.
Fábio Vilas-Boas, secretário da Saúde do estado, se diz preocupado. E admite até reativar os leitos da Fonte Nova. Vem tempo ruim.
Daniel Rios, grande dor na Câmara de Salvador
Daniel Rios (Patriotas), o vereador de Salvador que ontem morreu, vítima de um câncer, doeu forte na Câmara de Salvador. Ele, manso, afável, briga zero e ligado à área de saúde, sempre atendia os que o procuravam, fosse lá quem fosse.
Ao saber da má notícia, um funcionário que serve cafezinho chorou. E o presidente da casa, vereador Geraldo Júnior (MDB), se emocionou:
Bondade compulsória
Os vereadores de Ilhéus baixaram os salários em 19%. Ganhavam R$ 12 mil, vão passar a ganhar R$ 10 mil. Nada de bondades, apenas necessidade. O número de vereadores aumentou de 19 para 21 e o valor do duodécimo caiu. Ou seja, o dinheiro encurtou.
Fonte: Atarde, 16/02/2021