
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), vetou à entrada de missões religiosas em aldeias indígenas isoladas durante a pandemia da Covid-19 e causou uma dura reação da bancada evangélica do Congresso Nacional.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, 24, o grupo de parlamentares acusa o magistrado de “perseguição ideológica” e afirma que a decisão é “claramente orientada por ideologia declaradamente anticristã”.
Barroso tem acumulado embates com o presidente Jair Bolsonaro e, desta vez, entrou na mira da bancada religiosa, que é ligada ao chefe do Executivo.
Em julho de 2020, o ministro, que é relator da ação que trata da proteção de indígenas contra a Covid-19, já havia vetado o ingresso de terceiros em áreas indígenas isoladas e determinado a instalação de barreiras sanitárias. O plenário da corte confirmou a decisão.
Agora, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e o PT pediram para o magistrado esclarecer a abrangência da ordem judicial e determinar o veto à entrada e também à permanência de missões religiosas nesses locais.
Barroso deferiu parcialmente o pedido: ele vetou a entrada, mas autorizou a permanência dos religiosos que já estão nas aldeias.
Fonte: Atarde, 24/09/2021