A rainha Elizabeth II morreu no dia 8 de setembro, mas ainda não foi sepultada. Seu funeral acontece apenas nesta segunda-feira (19). O corpo da monarca consegue suportar os 11 dias de cerimônias e transporte graças à forma a qual seu caixão foi feito. Entenda a seguir.
Durante o ritual fúnebre de Elizabeth II, seu corpo permanece lacrado no caixão, que é feito de carvalho inglês e forrado com chumbo, fabricado há 30 anos.
O método usado para produzir o caixão é conhecido como “casca e caixa de chumbo”. Nele, um simples caixão interno é feito de madeira, coberto com chumbo e depois colocado dentro de um caixão externo, explica o jornal inglês The Telegraph.
Com isso, é possível barrar a entrada de oxigênio e umidade dentro do caixão, criando um ambiente hermético, que por sua vez evita que bactérias, fungos e vírus se proliferem.
Deste modo, o corpo demora mais tempo para se decompor, podendo ser preservado por até um ano, explica a CNN britânica.
Feito sob encomenda
A rainha será sepultada no Castelo de Windsor, na Capela Memorial do Rei George VI, ao lado de seu pai – a quem o nome da capela homenageia – e de seu marido, o príncipe Philip, morto em abril de 2021.
O caixão da rainha e o do Duque de Edimburgo foram encomendados há 30 anos.
O modelo foi desenvolvido por Henry Smith, que fechou a empresa em 2005. Ele também fez caixões de celebridades como Diana Dors, Freddie Mercury e Jimi Hendrix, aponta o jornal The Telegraph.
Segundo o jornal, por ser forrado de chumbo, o caixão da rainha se tornou tão pesado que requer oito carregadores, em vez dos seis habituais.
A empresa funerária londrina Leverton and Sons, responsável pelo funeral real, recebeu os caixões da rainha e do príncipe em 1991, já prontos.
Tradição de chumbo
A rainha Elizabeth II não é a primeira monarca a ter um caixão com chumbo. Segundo o jornal CNN, a prática está entre a nobreza inglesa há pelo menos 4 séculos.
A rainha Elizabeth I, o rei Charles II, a rainha Vitória e a princesa Diana, por exemplo, também foram enterrados em caixões de chumbo, de acordo com registros da Abadia de Westminster.
Mas a prática não é exclusiva da família real. O ex-primeiro-ministro da Inglaterra, Winston Churchill, também teve o caixão revestido de chumbo.
O modelo teria se tornado comum na Era Vitoriana, quando a vedação hermética de um caixão era necessária para evitar os efeitos da decomposição dos corpos acima do solo, explica a CNN.
Fonte: G1, 18/09/2022