
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu nesta segunda-feira, 29, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. A decisão foi anunciada em uma reunião no Palácio do Planalto entre o ministro e o presidente, segundo o colunista Valdo Cruz, do G1 e da GloboNews.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Azevedo e Silva teria se recusado a garantir um alinhamento automático e a manifestar apoio das Forças Armadas a posições do presidente, o que seria uma das causas da demissão.
A saída foi confirmada pelo ministro, em nota.
“Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa.”, disse Azevedo e Silva.
“Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira.”, completou.
A crise entre Bolsonaro e os militares agravou-se com os sucessivos equívocos do general da ativa Eduardo Pazzuelo na Saúde e se deteriorou de vez quando Bolsonaro disse que o “meu Exército” não iria para as ruas “obrigar o povo a ficar em casa”.
Além de Azevedo e Silva, também podem entregar os cargos os comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, e da Aeronáutica, brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez. Enquanto o ministro apresentava uma nota à imprensa anunciando sua saída do cargo, os três comandantes se reuniram para tomar uma posição conjunta.
Ex-ministro
Azevedo e Silva permaneceu por dois anos e três meses à frente do Ministério da Defesa. O militar foi anunciado como ministro ainda durante a transição de governo, em 2018. Azevedo foi chefe do Estado-Maior do Exército, um dos postos de maior prestígio na Força, e passou à reserva em 2018.
Azevedo e Silva foi o segundo militar a comandar o Ministério da Defesa desde a criação da pasta, em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso. O primeiro militar a ocupar o posto foi o general Joaquim Silva e Luna, indicado por Michel Temer.
O nome do substituto ainda não havia sido anunciado até a última atualização desta reportagem.
Mais cedo, Ernesto Araújo também pediu demissão do comando do Ministério das Relações Exteriores. Só nesta segunda-feira, 29, é a segunda baixa do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Fonte: Atarde, 29/03/2021