
À reportagem, o prefeito reforçou a declaração e disse que está buscando apoio político para que essa transferência seja realizada. “Infelizmente, a regulação funciona através de conhecimento político. Se você tem conhecimento político com algum deputado, pode até fazer transferência. Se não tem, fica nessa situação. Eu mantive contato com o deputado federal Gabriel Nunes (PSD), que se comprometeu em reforçar o pedido ao Estado, e também pedi aos vereadores que peçam o mesmo a seus deputados”, disse.
“Nossa família não tem muitas condições financeiras, mas chamamos uns amigos e juntamos dinheiro para fazer uma ressonância particular e consulta com neurologista. Ele verificou que há um vazamento de sangue na cabeça dele que está afetando os movimentos da perna e braço, disse que tem também um cisto na cabeça e que ele precisa de atendimento num hospital com capacidade de examiná-lo todo dia, para ver se vai ser preciso fazer cirurgia”, contou.
Nesses serviços de saúde particulares, segundo Marcos, foi pago R$ 880 na ressonância e R$ 330 na consulta com neurologista. “É muito triste ficar correndo de um lado para outro e não ter uma resposta de quando vai transferir. Ele só tem 23 anos. Tem muito futuro pela frente e pancada na cabeça é complicado. Temos medo de que ele não consiga ser tratado com rapidez e ficar com alguma sequela”, apontou.
O acidente
De acordo com o irmão do paciente, Marcos estava indo do centro da cidade para sua casa, localizada na zona rural do município, quando sofreu o acidente próximo a um quebra-molas. Ele não usava capacete; “A pancada foi forte, direta na cabeça. Parte da orelha foi arrancada. No hospital, deram todo atendimento possível, mas até hoje ele não foi transferido. E o hospital daqui não tem a capacidade de fazer o tratamento que ele precisa”, disse.
Ainda segundo o prefeito, normalmente, os casos graves são enviados pela regulação para hospitais de Salvador e Feira de Santana.
“Essa é a primeira vez que ficamos tanto tempo esperando. Nunca aconteceu aqui na região um tempo desse. Antes era no máximo oito dias”, afirmou.
O prefeito também acionou o Ministério Púlbico da Bahia e o promotor Ariel José Guimarães Nascimento enviou, na última quinta-feira (18), um ofício destinado a Rita de Cássia Silva Santos, diretora da Regulação e Assistência à Saúde da Sesab, solicitando que a transferência do paciente fosse feita, o que não aconteceu.
“Inclusive, eu conversei com o promotor agora a pouco e ele disse que vai aguardar só até hoje para entrar com uma ação contra o Estado. Independente de política, entendo que política é feito no período eleitoral, mas, na minha opinião, o governador Jerônimo tem que ver essa situação da regulação na Bahia. Isso vem se arrastando desde o governo de Wagner, Rui e não muda”, lamentou.
A Sesab foi procurada, mas ainda não respondeu.