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Júri popular do caso Lucas Terra pode não acontecer

Previsto para ser realizado na próxima terça-feira (25), o júri popular contra os acusados de terem matado Lucas Vargas Terra pode não acontecer.  A defesa pediu a digitalização de um outro processo relacionado ao caso, que já dura mais de 22 anos.

“O que eles fizeram foi uma medida protelatória. Ou seja, mais uma manobra para arrastar o caso por mais tempo, sendo que os documentos que estão no processo que a defesa dos acusados pede a digitalização já constam nesse processo referente ao júri marcado para daqui a uma semana”, declarou a advogada da família de Lucas Terra, Tuany Sande.

Segundo ela, os advogados dos acusados entraram com o pedido no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) na noite desta segunda-feira (17) para a digitalização do processo em que o ex-pastor Silvio Roberto Galiza foi condenado em 2012 a 18 anos de prisão – ele teve progressão de regime, cumpriu a pena e hoje está livre. O TJ-BA ainda não se posicionou quanto o pedido recente da defesa dos acusados.

O crime contra o adolescente Lucas Terra aconteceu em março de 2001, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Na época, a vítima tinha 14 anos e foi estuprada antes do assassinato. Lucas foi queimado vivo.

Marcado para o 25, o júri popular contra os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Macedo deve acontecer no Fórum Ruy Barbosa. “Eles estão com medo de enfrentar o júri popular, porque sabem que a sociedade não vai compactuar com essa monstruosidade que fizeram com o meu filho. Mas se o Tribunal acatar o pedido deles, eu não vou desistir! Irei ao Supremo Tribunal Federal (STF), vou aos tribunais internacionais, se for preciso, mas não vou parar enquanto a justiça não for feita”, desabafou a mãe de Lugar Terra, Marion Terra.

A defesa da família de Lucas Terra entrou com uma medida para permitir que o júri passa ser gravado, o que foi impedido pela justiça baiana. “A juíza alegou que a medida foi para proteger a imagem dos servidores e dos jurados. Mas pelo Código Penal não há impedimento para a realização das gravações, tendo em vista, o exemplo de outros casos de repercussão nacional, como o da Boate Kiss, que foi todo gravado. Porque uns júris podem e outros não?”, questionou Ricardo Paranhos Sampaio, também advogado da família de Lucas Terra.
Correio/BA, 18/04/2023
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