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Pelo menos 16 cheques foram recebidos em esquema por juiz em decisão judicial; entenda o caso

Além de ser alvo de uma operação que apura o uso de decisões judiciais para fraudar descontos de aposentados, o juiz Glauco Coutinho Marques, é investigado na operação Pote de Ouro, por suspeita de ter recebido uma “mesada” com valores provenientes de desvio de recursos públicos da saúde de uma cidade da Paraíba.

Segundo o Ministério Público da Paraíba (MP-PB), os cheques foram depositados na conta de titularidade de Glauco Marques, em janeiro de 2016, “tendo as cártulas sido apresentadas na Agência do Banco do Brasil em Gurinhém-PB”. As fotocópias estão incluídas em um documento do MP-PB.

Ainda de acordo com o MP, “no que tange à responsabilidade criminal do Juiz de Direito, Glauco Coutinho Marques, e beneficiário direto do desvio de rendas públicas dos cofres da Prefeitura de Itabaiana/PB, também resta abundantemente comprovada”.
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A operação Pote de Ouro apura desvio de dinheiro público em Itabaiana (PB), a cerca de 70 km da capital João Pessoa, e cerca de 30km de Gurinhém, comarca onde Glauco atuava como juiz. A esposa do juiz também é investigada e ambos negam, por meio da defesa, qualquer envolvimento no esquema.

Informações do portal Metrópoles dão conta de que, segundo as apurações, a esposa do juiz, então Secretária de Saúde do município, faria parte da organização criminosa que desviou valores da Prefeitura. Ela teria tido uma colaboração “decisiva” no esquema, que repassou verbas ilícitas ao o juiz Glauco Marques.

O MP afirma que os valores repassados a Glauco têm origem no fundo municipal de saúde. O período compreendido pela investigação vai de 2013 a 2016. A organização criminosa atuava por meio de divisão de tarefas e “desviou, sistemática e continuadamente, quantias vultosas da Prefeitura da referida cidade, inclusive, promovendo a dissimulação (lavagem) dos valores extraviados”.

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Além dos eventos citados acima, o magistrado também é um dos investigados na operação Retomada e entrou na mira do MP-PB após dar várias decisões em favor de associações. Ele é citado em documento da operação como “figura central” dos fatos investigados e contra quem recaem “as suspeitas de manipulação de atos de jurisdição”. A defesa nega qualquer ilícito.

A rapidez em decisões judiciais chamou a atenção dos investigadores que constataram sentenças proferidas em 16 minutos.“Em alguns casos, aliás, tamanha foi a velocidade no curso do processo que, entre o protocolo inicial e o julgamento, passaram-se apenas poucos minutos, como ocorreu com o processo em que a petição inicial foi aviada às 11h10 do dia 08 de junho de 2024 (um sábado) e a sentença foi prolatada às 11h26 do mesmo dia”, diz um dos documentos da apuração.

Em fevereiro de 2025, no entanto, a Justiça anulou a decisão relâmpago. Ao analisar o mesmo processo e os mesmos documentos que Glauco Marques, a juíza verificou que “os possíveis associados, em sua maioria, não têm vínculo algum com a comarca de Gurinhém, sequer com o Estado da Paraíba, pois residem em outros Estados da Federação.”

Cadastrado por Lorena Abreu

Fonte: por Cadastrado por Lorena Abreu/BNews

lorena.abreu@bnews.com.br

Publicado em 25/05/2025, às 16h20

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