“Minha avó é gente, por favor, eu estou me humilhando”: neta faz apelo desesperado por regulação para idosa intubada em UPA

A angústia de uma família de Feira de Santana expõe mais um drama na fila da regulação de saúde na Bahia. Internada em estado grave na UPA da Queimadinha desde a manhã da última quarta-feira, Floripes dos Santos Costa, de 79 anos, aguarda uma transferência urgente para uma unidade hospitalar com suporte para exames de alta complexidade.
Em entrevista concedida ao repórter Denivaldo Costa, da Rádio Subaé, a neta da idosa, Joyce Mara Silva Costa, fez um apelo emocionado às autoridades, pedindo socorro para evitar que a avó morra sem assistência adequada. Joyce, que não reside em Feira de Santana, viajou às pressas para tentar agilizar o processo, mas relata encontrar barreiras burocráticas e falta de respostas.
Segundo relato da neta, Dona Floripes passou mal em casa apresentando formigamento no corpo, espumando pela boca e com a pele arroxeada. Ela desmaiou e chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) já inconsciente.
“O médico, inclusive, falou que se a gente levasse para o Hospital Clériston Andrade (HGCA), ela chegaria lá sem vida. Ela precisou ser entubada por conta disso”, relatou.
A equipe médica informou à família que a idosa precisa realizar exames específicos — indisponíveis na UPA — para determinar o diagnóstico, que oscila entre a suspeita de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou um infarto. Sem o diagnóstico preciso, o tratamento definitivo não pode ser iniciado.
“Eu estou me humilhando”
O desespero de Joyce ecoou durante a entrevista na rádio. Ela questionou a humanidade do sistema de regulação e direcionou sua fala ao Governador, ao Secretário de Saúde e aos diretores de hospitais.
“Minha avó tem 79 anos, mas ela é gente, ela é uma pessoa, ela tem família que ama. Eu estou aqui me humilhando… Será que minha avó tem que morrer? Será que eu vou precisar gravar um vídeo dela entubada para olharem para a população?”, desabafou a neta, aos prantos.
A família denuncia ainda que, enquanto aguardam, teriam presenciado outras três regulações passando à frente de Dona Floripes, o que aumentou a sensação de impotência. “Ela é pobre, nós somos humildes, mas ela precisa de uma oportunidade. Ela está lutando pela vida dela”, completou Joyce.
Blog Central de Polícia, 21/11/2025



