OMS diz que situação no Brasil é crítica e reforça preocupação com a variante P.1 da Covid-19

A líder técnica de resposta à covid-19 na Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1º/4), que a situação no Brasil no âmbito da pandemia do novo coronavírus é crítica. De acordo com ela, com variante brasileira P.1 (identificada pela primeira vez no estado do Amazonas), que é mais transmissível, o sistema de saúde sobrecarregado pode ficar ainda mais comprometido.
Maria Van Kerkhove pontuou que a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) está trabalhando junto com os estados e o país para se certificar que eles tenham insumos para cuidar dos pacientes, como oxigênio e todo o suporte necessário. “De fato, é uma situação crítica”, afirmou. A epidemiologista ainda ressaltou que a variante P.1 está predominante em 13 estados, e que há um aumento de hospitalizações e demanda por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), com aumento de casos graves em todas as idades, incluindo os mais jovens, entre 20 e 60 anos.
Diretora-geral-assistente da OMS, a brasileira Mariângela Simão afirmou que a OMS “está muito preocupada com o que está acontecendo no Brasil”. De acordo com ela, a produção local de vacina é um aspecto muito importante neste momento, porque apesar de o país estar recebendo vacina pelo consórcio da OMS Covax Facility, o Brasil consegue produzir suas próprias vacinas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “E isso é essencial, considerando a pressão que existe em relação aos insumos”, explicou.
Mariângela ainda reforçou que não basta se pautar na disponibilidade de vacina, mesmo quando o país tem boa cobertura de vacinação. De acordo com ela, é importante manter as medidas de prevenção, evitar aglomeração. “É importante que não haja uma falsa sensação de segurança por conta da disponibilização de vacina”, afirmou.
Fonte: Correio Braziliense, 01/04/2021