
O fazendeiro Bartolomeu Ribeiro dos Santos, 58 anos, nunca ficou tanto tempo sem dar notícias à família. Morador de Simões Filhos, Região Metropolitana de Salvador (RMS), ele estava desaparecido desde a última sexta-feira (21). Mesmo quando trabalhava em outra cidade, seu Memeu, como era conhecido, ligava para a mulher e para os filhos. Mas desta vez a rotina não se cumpriu. E foram cinco dias de angústia que chegaram ao fim nessa quarta-feira (26), de forma trágica. O corpo de Bartolomeu foi encontrado enterrado na cidade vizinha de Candeias. O “preço” da vida dele? Um carro, um trator e R$ 1 mil.
De acordo com a Polícia Civil, R$ 1 mil foi o valor que o suspeito recebeu para matar e enterrar Bartolomeu. O próprio trator da vítima foi usado para abrir a cova. O titular da 20ª Delegacia, Vítor Eça Andrade, responsável pela investigação do caso, explicou que outro criminoso participou da ação e roubou o trator da vítima. “Seguimos com as buscas para localizá-lo”, disse.
Agora, a polícia está atrás do segundo envolvido no latrocínio (roubo seguido de morte) – um funcionário da vítima, um tratorista de 21 anos que não teve a identidade divulgada e é apontado na investigação como o mandante do crime.
Seu Bartolomeu saiu de casa logo nas primeiras horas da sexta (21), no Palio, rumo a Candeias, com o intuito de tomar o trator do funcionário. Ele desconfiava que o tratorista, que trabalhava para ele há um ano, estava embolsando parte dos pagamentos do serviço feito em uma das fazendas que contrataram os serviços da vítima.
“Ele (tratorista) ganha por hora e meu pai descobriu que ele estava recebendo para trabalhar o dia inteiro, quando na verdade começa o serviço pela tarde. Então, meu pai, no dia anterior do sumiço, ligou para ele e disse que ia pegar o trator de volta”, contou um dos filhos da vítima, o motorista Valnei Conceição dos Santos, 33.
Familiares de Bartolomeu disseram que o tratorista estava nervoso. No dia do encontro, um suposto primo do funcionário, que nunca tinha sido visto lá, estava na fazenda. Horas depois, os familiares encontraram o trator. “Estava escondido numa outra fazenda”, relatou Valnei. Diante das circunstâncias, a família foi à 20ª Delegacia (Candeias) e registou um boletim de ocorrência.
Nessa segunda-feira (24), o tratorista esteve na delegacia de Candeias, acompanhado de um advogado, e foi ouvido e liberado, pois se iniciava a investigação.
As circunstâncias do desparecimento já davam sinais à família de que seu Bartolomeu não estaria mais vivo. “Tudo indicava que tinham matado meu pai. Não tinha esperança de encontrá-lo vivo. Mas queremos saber o que aconteceu de verdade e queremos que os acusados paguem”, declarou Valnei.
Na manhã dessa quarta (26), buscas realizadas por policiais da 20ª e 7ª Delegacia (Rio Vermelho) resultaram na prisão de um suspeito de envolvimento no latrocínio e na ocultação do cadáver de Bartolomeu. A ação foi desencadeada no Povoado de Massuim, em Candeias, onde o corpo da vítima estava enterrado.
De acordo com a Polícia Civil, conforme as apurações da equipe da 20ª Delegacia, o suspeito teria recebido a quantia de R$ 1 mil para matar e enterrar Bartolomeu, inclusive, o próprio trator da vítima foi usado para abrir a cova. O titular da unidade, delegado Vítor Eça Andrade, explicou que outro criminoso participou da ação e roubou o trator da vítima. “Seguimos com as diligências para localizá-lo”, disse.
“Após o flagrante realizado no bairro de Paripe, o preso está à disposição da Vara Criminal. Dois homens também prestaram depoimento na unidade e foram liberados. As equipes estão efetuando buscas para localizar o carro da vítima, um Fiat Palio, com placa PKI-2466”, informou nota da Polícia Civil.



