
Segundo um estudo da revista científica The Lancet Respiratory, a quantidade de mortes de pacientes infectados com coronavírus no Brasil é agravada pela desigualdade de leitos e de recursos no sistema de saúde das regiões do país.
A pesquisa analisou 254.288 pacientes, com idade média de 60 anos, internados em hospitais da rede pública e privada entre fevereiro e agosto.
De acordo com o levantamento, no Norte e no Centro-Oeste 17% dos pacientes foram intubados fora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), enquanto as taxas no Sul e no Sudeste foram, respectivamente, 8% e 13%. Segundo um dos autores do estudo, o médico epidemiologista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Otavio Ranzani, diz que o indicador mostra a “sobrecarga” por falta de leitos e recursos.
“Ou não tinha mais leito de UTI ou não conseguiram transferir o paciente. Quando precisa de ventilação invasiva, é um doente muito grave e é preciso ter um ambiente monitorado, uma equipe capacitada”, explicou Ranzani.
Quanto ao índice de mortes hospitalares, o Norte e o Nordeste registraram 40% e 48%, nessa ordem; o Centro-Oeste, 35%; o Sudeste, 43%; o Sul, 31%.
Entre os internados na UTI, o Norte o Nordeste tiveram, respectivamente, 79% e 66% das mortes, enquanto no Centro-Oeste, 51%; o Sudeste, 49%; o Sul, 53%.
O maior número de óbitos por coronavírus no Brasil foi entre os pacientes analfabetos (63%), negros (43%) e indígenas (42%).
Fonte: Metro1, 21/01/2021