O Secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, disse, em entrevista à TV Bahia, nesta segunda-feira (7), que os policiais envolvidos na morte do jovem de 22 anos que morreu durante em uma ação da Polícia Militar, na cidade de São Félix, no recôncavo baiano, foram afastados.
“Determinei o afastamento desses policiais para que nós tivéssemos condições de promover essas investigações de maneira mais isenta e célere possível. Para que aplicássemos as medidas necessárias à elucidação e, consequentemente, à responsabilização, caso fique confirmado que a situação não se deu da forma como os policiais narraram na forma da ocorrência”, disse o secretário.
O caso aconteceu na madrugada de domingo (6). Segundo familiares, Davi Oliveira foi morto quando retornava do trabalho, em uma motocicleta.
A PM informou, em nota, que ele havia disparado contra a guarnição durante tentativa de abordagem. Além disso, a PM disse que, com ele, foram apreendidos um revólver, dois tabletes de maconha, sete trouxinhas de maconha, 153 pinos vazios para acondicionamento de cocaína e uma motocicleta.
Relato de testemunha
“Temos que enfrentar situações completamente atípicas, do ponto de vista de enfrentamento de quadrilhas e organizações criminosas ao trabalho da polícia. Isso vem se dando a qualquer hora do dia ou da noite, a polícia está lá para cumprir o seu trabalho como manda a lei, evitar a todo o custo, para que façamos o confronto com a criminalidade, mas também não podemos esperar que a polícia seja alvo de bandidos, de traficantes, sem que haja alguma resposta por parte do Estado”, explicou o secretário.
“Com o trabalho de inteligência, tentamos identificar esses marginais, que haja necessidade de enfrentamento, principalmente nas comunidades. Mas tem situações que fogem dessa hipótese e a polícia, além de se defender, tem que defender também a comunidade. Não podemos aceitar que o policial tome tiro, que fique refém de bandidos que estão atormentando as comunidades em nossos bairros”, completou.
Ao ser questionado sobre as soluções para o problema de violência urbana no estado, o secretário comentou sobre a saída da prisão de criminosos que são chefes de facção.
“A gente tenta enxergar um pouco mais acima do enfrentamento da polícia, da marginalidade e do confronto que a polícia tem muitas vezes com o traficante de drogas. Nós temos que atentar primeiro, para as causas que nos levam a isso. Esse ano mesmo, nós tivemos muitos líderes de facção que foram colocados em liberdade, pela resolução do CNJ, que permitiu que determinadas saídas temporárias e até o uso da prisão domiciliar para pessoas que eram e são extremamente perigosas no mundo do crime”, disse Maurício.
“Isso é uma coisa que não depende do trabalho da polícia, até porque ela já deu sua contribuição e efetuou a prisão desses marginais, mas nós estamos lidando com situações que não dependem da polícia de forma direta, para que essa situação se interrompa. É importante também que a gente eleve um pouco a discussão, à questão do consumo e do tráfico de drogas, que tem que ser debate. Ninguém coloca isso em discussão, em nível nacional, do que vamos fazer com relação a essa abertura cada vez maior”, completou.