O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, lamentou o descaso da Ford com os trabalhadores da fábrica da montadora na cidade, localizada na Região Metropolitana de Salvador. Em entrevista a Mário Kertész hoje (25), durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole, ele comentou que o impacto na região é negativo e que a empresa chegou a determinar o retorno dos trabalhadores às atividades.
“Situação ainda crítica. A Ford faz um desdém muito grande, não só com os trabalhadores, mas com as empresas prestadoras de serviço e as concessionárias, todos os que prestavam algum tipo de serviço para elas. As concessionárias do Brsil negaram um acordo que a Ford tentaria fazer com eles de 1,5 bilhão de reais. Há um impacto também nas concessionárias. Imagine para nós trabalhadores meros mortais. A Ford chegou ao ponto de ter a cara de pau de pedir para a gente entrar na fábrica para fazer produção de peças para suprir a demanda nacional. É um absurdo”, disse o sindicalista.
“Como pode uma empresa fazer o que ela fez com a maior cara de pau e chamar o sindicato para convencer os trabalhadores a retornarem às atividades de trabalho? Você deu um tapa na cara da gente, deu uma facada, arrancou nossas tripas, jogou para cima e agora para tudo, botando as tripas para dentro, tira o tapa na cara e agora retorna para ao trabalho? É tirar a gente como bobo, abestalhado”, acrescentou.
De acordo com Bonfim, pelo menos três inquéritos foram abertos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para acompanhar o desligamento das atividades da montadora. “Estamos dando todas as documentações em relação a tudo para reforçar essa briga e essa luta para que a gente tenha uma indenização digna e que a gente tenha o respeito da empresa para pagar aquilo o que ela deve para a gente”, declarou o presidente do STM.
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Fonte: Metro1, 25/01/2021