A Operação Overclean, que investiga um esquema de corrupção envolvendo fraudes licitatórias na Bahia, tem como um dos alvos o vice-prefeito de Lauro de Freitas (BA), Vidigal Galvão Cafezeiro, que foi secretário de Saúde, coordenador de Combate à Covid-19 e secretário de Infraestrutura no município.
Ele é apontado como responsável pela gestão do Fundo Municipal de Saúde, de onde, segundo a Polícia Federal (PF), saíram recursos que subsidiaram pagamentos à empresa PAP Saúde Ambiental Eireli, administrada por Alex Parente, empresário apontado como um dos líderes da organização criminosa.
De acordo com a representação feita pela PF, a organização tinha atuação direta no Município de Lauro de Freitas, com a colaboração do servidor Ailton Figueiredo Souza Júnior, mencionado como um dos braços operacionais do grupo. Ailton tinha acesso irrestrito a diversos setores da Prefeitura, o que lhe permitia influenciar diretamente na administração local, inclusive dando ordens para o pagamento de contratos envolvendo o Fundo Municipal de Saúde e a PAP Saúde Ambiental Eireli.
As investigações revelaram que Vidigal, além de sua ligação com o grupo criminoso, solicitou uma vantagem indevida a Alex Parente. De acordo com os investigadores, Vidigal pediu que Alex pagasse uma dívida pessoal de aluguel de veículo, no valor de R$ 2.185,42, apesar de não haver justificativa plausível para essa solicitação, a não ser pela proximidade de Alex com a Prefeitura de Lauro de Freitas.
O Ministério Público Federal (MPF) destacou em sua manifestação a relação direta de Vidigal com o líder da organização criminosa, observando que ele, juntamente com Ailton, atuava como um dos principais operadores do grupo em Lauro de Freitas. Em razão disso, foi solicitado o deferimento de mandados de busca e apreensão contra o vice-prefeito, como parte das investigações que visam desmantelar o esquema criminoso.
“O MPF ressalta que VIDIGAL solicita a Alex que acerte o pagamento do aluguel do veículo HB20, cuja soma das duas faturas em aberto equivale a R$ 2.185,42, apesar da dívida ter sido supostamente contraída por Vidigal, sem justificativa aparente a não ser pelo fato de Alex ter contrato com a Prefeitura de Lauro de Freitas”, destacou a PF em representação.
Na ação, deflagrada nesta terça-feira (10), a Justiça não pediu a prisão de Vidigal, mas determinou a prisão de Ailton Júnior, apontado como o principal braço operacional do grupo no município.
A Operação Overclean segue em andamento, com diligências realizadas em diversos municípios da Bahia e outros estados, e busca desarticular o complexo esquema de fraude e lavagem de dinheiro envolvendo contratos públicos, incluindo os com o DNOCS, com valores que podem superar R$ 1 bilhão.
Por meio de nota, a Prefeitura de Lauro de Freitas informou que: