O Corpo de Bombeiros encontrou, neste domingo (12), uma mochila, um notebook e um par de sandálias na área onde são feitas as buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira no interior do Amazonas. O material foi encontrado por volta das 16h (horário local) e foi encaminhado para perícia, que irá analisar se pertencem à dupla, que está desaparecida desde o dia 5 de junho.
A informação foi confirmada pelo coordenador da equipe dos Bombeiros em Atalaia do Norte, Barbosa Amorim. Segundo ele, o material foi encontrado próximo à casa de Amarildo Costa de Oliveira, suspeito de envolvimento no crime, que segue preso no município. Ainda, junto com os equipamentos, foram encontradas camisas e meias.
A mochila estava em uma área de igapó e estava amarrada em uma árvore. Igapó é uma região da Floresta Amazônica alagada pelos rios e com inúmeras árvores.
“[O material] foi encontrado próximo à casa dele [Amarildo], na comunidade de São Gabriel. A partir do local em que encontramos essas mochilas hoje, vamos dar continuidade nos mergulhos, principalmente nas árvores próximas, para certificar que não há nenhum outro material amarrado ali”, disse o coordenador.
O Corpo de Bombeiros disse também que a área em que as buscas estão sendo feitas foi delimitada pela Polícia Federal. Eles utilizaram uma embarcação menor para fazer as buscas nessa região.
Embarcação encontrada
Mais cedo, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) também afirmou ter encontrado uma nova embarcação em área de busca pelos desaparecidos. Segundo a organização, a embarcação foi encontrada no sábado (11).
De acordo com o procurador jurídico da Univaja, Eliésio Marubo, a embarcação pode pertencer ao suspeito de envolvimento no desaparecimento dos dois.
Uma nota divulgada pela Univaja neste domingo (12), também diz que a informação sobre a propriedade da embarcação ainda precisa ser confirmada pelos responsáveis pelas investigações.
Impedimento nas buscas
A Univaja emitiu uma nota em resposta a manifestação feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai), questionando a organização a respeito das buscas. Sobre o assunto, Marubo afirmou que o órgão não pode impedir indígenas de entrarem em suas terras.
“A Funai desconhece o papel dela quando ela tenta impedir o índio de entrar na sua própria terra. Antes de ser instituição nós somos indígenas. Nós pertencemos a essa região e estamos sendo impedidos de entrar em nossa própria terra. A nota explica sobre isso, sobre essa criminalização da Funai em relação a tentativa de criminalizar qualquer conduta que nossa organização tem realizado”, explicou.
Fonte: G1, 12/06/2022