A delegada Adriana Belém teve a prisão em flagrante convertida para preventiva (sem prazo) durante audiência de custódia no Rio nesta quarta-feira (11). Ontem, ela foi presa na Operação Calígula, após ter sido flagrada com quase R$ 1,8 milhão em malas dentro de casa.
Na decisão, a juíza Daniele Lima Pires Barbosa citou que a delegada disse aos agentes, durante a ação, que o valor encontrado no cofre, cerca de R$ 60 mil, era destinado ao pagamento de despesas da família e que não havia mais dinheiro em espécie na residência.
Para a magistrada, a atitude demonstrou o intuito de ocultar dos agentes o montante encontrado nas malas no quarto do filho.
Ainda segundo os promotores, inicialmente, Adriana e o filho afirmaram que a mala grande, onde foram apreendidos R$ 1.206.900, estava vazia. Quando questionados sobre a senha, disseram não se lembrar. Em outra mala pequena, ainda foram localizados R$ 503.700.
A juíza Daniele Lima Pires Barbosa ressaltou que a “vultuosa quantia apreendida” aliada à denúncia do Ministério Público do Rio indicam tentativa de “ocultar e/ ou dissimular a origem e a movimentação dos valores provenientes de infração penal”.
A investigação do MP denunciou a delegada por corrupção passiva no episódio da liberação de máquinas de caça-níqueis, em 2018, em um suposto esquema do bicheiro Rogério de Andrade e do acusado de matar a vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa.
Na Operação Calígula, Adriana Belém era alvo de mandado de busca e apreensão. Após o dinheiro ter sido encontrado na casa dela, a Justiça determinou a prisão em flagrante.
A delegada licenciada foi encaminhada à Corregedoria da Polícia Civil. Ela já passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico-Legal) e deve ficar presa na cadeia de Benfica, zona norte do Rio.
Também hoje, Adriana Belém foi exonerada do cargo que tinha na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. A decisão foi publicada no Diário Oficial.
Fonte: R7, 11/05/2022
