
Policiais e militares do Mianmar abriram fogo contra manifestantes que protestavam neste sábado (27) — no dia mais violento desde o golpe de estado no país, em 1º de fevereiro. De acordo com o site de notícias locais Myanmar Now, o número de mortos na repressão chegou a 114. Entre as vítimas, há crianças.
Os manifestantes foram às ruas no Dia das Forças Armadas no país. Durante um desfile na capital Naypyitaw, o chefe militar Min Aung Hlaing disse que os “militares protegem o povo e lutam pela democracia”.
Na sexta-feira (26), a junta que assumiu o poder após o golpe anunciou na TV estatal que os manifestantes corriam o risco de serem “baleados na cabeça e pelas costas” caso desafiassem as ordens de não realizarem protestos neste sábado.
O governo também tem cortado o acesso à internet, censurado veículos de comunicação e bloqueado redes sociais para tentar conter os protestos.
Comunidade internacional condena violência
A Organização das Nações Unidas (ONU) e observadores denunciaram a repressão militar em Mianmar neste sábado.
“Estamos recebendo informações sobre dezenas de mortos, incluindo crianças, centenas de feridos em 40 localidades e detenções em massa”, escreveu no Twitter o Alto Comissariado da organização para os Direitos Humanos, que alertou para uma “violência impactante”.
A União Europeia também demonstrou repúdio à chacina em Mianmar. “O assassinato de civis desarmados, inclusive crianças, é um ato indefensável”. E o embaixador dos Estados Unidos no país, Thomas Vajda, enfatizou: “O povo de Mianmar disse claramente: eles não querem viver num regime militar”.
Fonte: G1, 27/03/2021