A Polícia Civil apresentou durante coletiva virtual, na manhã desta terça-feira (4), um homem de 36 anos preso por “extorsão” em Campo do Brito, no Agreste Central sergipano. De acordo com o delegado Wilkson Vasco, responsável pelos municípios de Campo do Brito, Macambira e São Domingos, o crime foi cometido contra, pelo menos, sete crianças e adolescentes. Uma delas, 16 anos, chegou a ser estuprada 10 vezes pelo criminoso.
O homem de identidade não identificava trabalhava em uma fábrica, foi demitido na pandemia e realizava jogos em Campo do Brito. Ele se valia das redes sociais para cometer os crimes, hackeando contas de outros homens em Campo do Brito, Macambira e São Domingos. Com isso, ele se passava pelos homens hackeados e conversava com as mulheres, fazendo declarações de amor e começando a solicitar fotos íntimas.
A partir disso, ele iniciava a extorsão, que variava de acordo com a vítima. Classificava-se assim a “sextorsão” (toda vez que o agente infrator consegue fotos sensuais de uma pessoa e passa a exigir vantagens ilícitas em troca). De algumas ele chegou a receber dez parcelas de R$ 100, por exemplo. As escolhidas eram especialmente adolescentes, escolhidas pelas redes sociais dos outros homens hackeados.
“A partir do momento que a mulher encaminhava fotos, ele exigia dinheiro, o que recai em extorsão. Se a vítima de imediato não pagasse, ele difamava a mulher, afirmando que ela era garota de programa e prostituta aos seus amigos. Ele chegou a ligar aos pais de uma garota de 16 anos e informar que ela era prostituta. Quando a vítima não tinha dinheiro, ele solicitava atos sexuais, recaindo no crime de estupro. Uma vítima de 16 anos chegou a ser forçada a fazer dez atos sexuais”, disse o delegado.
Segundo a Polícia Civil, seu celular foi apreendido há um ano, e a perícia confirmou a divulgação de cenas pornográficas de crianças e adolescentes em redes sociais. O mandado de prisão foi cumprido na última sexta-feira (31), e ele responde por cinco crimes: divulgação de cena pornográfica de criança e adolescentes, falsa identidade, difamação, estupro e extorsão. Ele foi encaminhado à Delegacia de Itabaiana e já está em presídio. A pena pode ser superior a 30 anos.
Foram apreendidas também uma arma de fogo, munições, notebook, DVD, celular e pen-drives, que serão encaminhados à perícia investigação de novos crimes e possíveis coautores. O delegado Wilkson Vasco encerrou afirmando que o caso está bastante subnotificado, e pedindo às vítimas que façam as denúncias.
“Isso é importante para evitar que novas vítimas sofram dos mesmos crimes. Também há possibilidade de vítimas em Itabaiana e Lagarto. E que a população, diante de um caso desses, confie na Polícia e também faça a denúncia pelo 181”, declarou.
Fonte: BNews, (03/08/2020).