Um tribunal de Teerã condenou, neste domingo, 13, à morte uma pessoa acusada de participar dos “distúrbios”, a primeira sentença desse tipo desde o início da onda de manifestações no país – informou a agência Mizan Online, da autoridade judicial.
Contudo, nenhuma informação sobre sua identidade ou idade foi divulgada. De acordo com o veredicto, a pessoa foi declarada “inimiga de Deus” e culpada de “incendiar um prédio do governo, perturbar a ordem pública, reunir-se e conspirar para cometer um crime contra a segurança nacional”, disse a agência.
Outro tribunal da capital condenou cinco pessoas a penas de entre cinco e dez anos de prisão por “reunir-se e conspirar para cometer um crime contra a segurança nacional e alterar a ordem pública”.
Trata-se de tribunais de primeira instância, por isso os condenados poderão recorrer, disse a Mizan. O Irã vive uma onda de violência desde que Mahsa Amini, uma jovem curdo-iraniana de 22 anos, morreu sob custódia policial, em setembro passado. Ela foi presa pela polícia da moralidade pelo uso incorreto do véu.
A Justiça iraniana também acusou quase 800 pessoas por participação nos “distúrbios recentes” nas províncias de Hormusgão, Isfahã e Markazi.
Mais de 2.000 pessoas foram acusadas, metade delas em Teerã, desde que começaram os protestos há dois meses, segundo os números do Poder Judiciário iraniano.
Por sua vez, organizações de direitos humanos no exterior informaram que 15.000 pessoas foram detidas no contexto das manifestações, uma cifra que as autoridades iranianas negam.
Atarde, 13/11/2022