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Lula diz rejeitar acordo com TSE sobre direitos de resposta pedidos contra Bolsonaro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (21) que a sua campanha não deve aceitar acordo proposto pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, para que a sua equipe e a do presidente Jair Bolsonaro (PL) negociem os direitos de resposta obtidos nas propagandas eleitorais e interrompam os ataques na TV.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, tentou costurar um acordo entre as campanhas (veja aqui).

Ele chamou os advogados tanto de Lula como de Bolsonaro para uma reunião na quinta (20) e propôs que ambos cessassem os ataques nas propagandas.

“Hoje falei com o advogado, ele ia conversar com o Alexandre de Moraes. Houve uma proposta de acordo e eu disse que não tem acordo. Se nós ganhamos 184 e perdemos 14. Ele que utilize os nossos 14 e nós utilizamos os 184 dele”, disse Lula.

“Se a gente ganhar o direito de resposta, a gente vai aproveitar para falar coisa mais séria com o povo. O que vamos fazer com o salário mínimo, com o Imposto de Renda, com as pessoas endividadas. Esses são os assuntos que interessam ao nosso povo”, completou.

O petista afirmou que os direitos de resposta concedidos pelo TSE eram uma oportunidade da sua campanha “rebater as mentiras que o Bolsonaro contou e a monstruosidade que a turma dele tem a capacidade de fazer”.

O ex-presidente disse também que reafirmou à sua equipe que ela não pode “entrar no jogo rasteiro de Bolsonaro”. “Ficar respondendo as bobagens que ele fala é tudo o que ele quer”.

Lula falou à imprensa em Juiz de Fora, Minas Gerais, antes de participar de caminhada na cidade. Ele estava acompanhado da senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno a apoiadora da candidatura do petista na segunda rodada das eleições, da ex-ministra Marina Silva (Rede) e da prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT).

A atividade do petista ocorre três dias após o presidente Jair Bolsonaro, seu adversário na corrida eleitoral, ter visitado o município.

Lula também criticou Bolsonaro afirmando que ele não trabalha, “só vive fazendo conversa política e não discute nada que interessa ao povo”. “Muitas vezes nós obrigamos ele a falar alguma coisa. Eu comecei a falar do preço dos combustíveis e ele resolveu diminuir.”

O petista afirmou que o Brasil está “uma nau sem rumo” e criticou o uso da máquina pública por Bolsonaro. “O presidente não sabe o que faz e todos os dias ele só pensa em eleição. Pela primeira vez não é uma eleição do Lula contra o Bolsonaro. Estamos aqui contra a máquina do Estado brasileiro, a máquina total. Todos os dias têm alguma coisa.”

Também disse do aumento do preço dos alimentos e afirmou que isso não é consequência da Guerra da Ucrânia, mas porque Bolsonaro “não entende de economia e o [Paulo] Guedes não tem interesse”.

As agendas de Lula em Minas Gerais são as primeiras que contam com a participação de Tebet. Mais cedo nesta sexta, ele participou de caminhada em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e fará outra neste sábado (22) entre Belo Horizonte e Ribeirão das Neves.

A senadora Simone Tebet é vista como um trunfo da campanha de Lula, uma vez que ela reforça a ideia que a campanha propala de que a candidatura do ex-presidente não está restrita ao PT ou à esquerda.

Além do simbolismo de ter Tebet ao seu lado nesta atividade, a agenda ocorre na cidade onde o então candidato à Presidência do PSL Jair Bolsonaro levou uma facada, em setembro de 2018.

O presidente costuma dizer que a cidade é a sua segunda “terra natal”, justamente por ser o local onde sofreu o atentado, e foi nela que o chefe do Executivo deu o pontapé inicial de sua campanha à reeleição neste ano.

Ele já cumpriu agendas no município outras duas vezes neste ano —a mais recente na última terça-feira (18).

Esta é a segunda visita de Lula à cidade mineira neste ano. A primeira foi em maio, durante a pré-campanha. Um vídeo publicado nas redes sociais naquele dia mostrou um policial militar apontando arma a um grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que esperava por Lula na cidade.

Minas Gerais é considerado um estado chave na disputa ao Palácio do Planalto. E tanto Lula quanto Bolsonaro estão investindo no estado na tentativa de aumentar suas votações.

Os dois candidatos têm reforçado a busca de apoio junto a prefeitos, intensificado a agenda de visitas ao interior e apostado na presença de novos aliados no palanque.

Desde 1989, o estado mantém a tradição de refletir os resultados nacionais da corrida presidencial, o que o faz ser considerado uma espécie de termômetro das eleições.

No primeiro turno, Lula teve 48,43% dos votos dos eleitores brasileiros, contra 43,20% de Bolsonaro. Entre os mineiros, esses índices foram de 48,29% e 43,60%, respectivamente.

Politica Livre, 21/10/2022

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