
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lançou nesta quinta-feira (6) em Belém, no Pará, o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma proposta chefiada pelo Brasil que pretende remunerar os países pela conservação de suas florestas tropicais.
Uma das principais apostas do governo brasileiro, o petista recordou em uma breve declaração que a iniciativa é inédita e colocará as nações do Sul global pela primeira vez em uma posição de protagonismo em uma agenda de florestas.
“As florestas tropicais cumprem uma função essencial para o enfrentamento à mudança climática. Elas retêm carbono, garantem fluxos hídricos e protegem a biodiversidade. Sem elas não temos água para beber e nem para plantar. Quando a destruição das florestas atingirem pontos irreversíveis, serão sentidos nos quatro cantos do mundo. As florestas valem mais em pé do que derrubadas”, disse Lula.
O mandatário acrescentou que o TFFF “não é baseado em doação”, pois sua função será “complementar aos mecanismos que pagam pela redução de emissões de gases de efeito estufa”. Além disso, o político afirmou que o fundo representa uma inovação em sua governança.
“Suas instâncias decisórias vão corrigir antigas assimetrias e contarão com a presença, em pé de igualdade, de países investidores e de países de florestas tropicais. Todo os anos, o monitoramento por satélite tornará possível identificar se os países estão respeitando a meta de manutenção do desmatamento abaixo de 0,5%”, declarou o líder brasileiro.
“A meta é que cada país possa receber até US$ 4 por hectare preservado. Parece modesto, mas estamos falando de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais distribuídos em 73 países em desenvolvimento”, complementou.
Em seu discurso na capital paraense, Lula recordou que o Brasil será o primeiro a investir US$ 1 bilhão no TFFF e aguarda o engajamento de diversos bancos, como o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics e o Banco Africano.
“O Fundo de Florestas Tropicas será um dos principais resultados concretos no espírito de implementação da COP30. É simbólico que a celebração do seu nascimento seja feita aqui em Belém, rodeada de sumaúmas, açaizeiros, andirobas e jacarandás.
Em poucos anos, poderemos ver os frutos desse fundo. Teremos orgulho de lembrar que foi no coração da floresta amazônica que demos esse passo juntos”, concluiu. (ANSA).
Fonte: ISTOÉ, 06/11/2025



