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Paciente espera há 5 meses no Planserv por cirurgia orçada em R$ 3,5 mil

Um paciente, que terá sua identidade preservada, luta há cinco meses para a realização de uma cirurgia pelo Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Estaduais (Planserv) da Bahia. Acometido por uma fissura anal crônica, o soteropolitano de 24 anos precisa passar por um procedimento orçado em R$ 3,5 mil que o plano cobre, mas não tem profissionais credenciados para realizar.

“Em fevereiro, procurei o Planserv para conseguir um cirurgião que operasse pelo plano, já que tinha ido para vários e nenhum operava. Como não tive resposta, procurei o Ministério Público em março, que enviou vários ofícios ao plano, mas não teve êxito. Em abril, fui até a Defensoria Pública, que também enviou ofícios extrajudiciais e me deu prazo de 20 dias úteis para resposta”, lembra o paciente.

Um mês depois, já em maio, a Defensoria Pública entrou com uma ação judicial, que resultou em uma liminar que determinava a obrigação do Planserv em indicar um médico para o procedimento no fim do mesmo mês. Em junho, o plano entrou em contato com o paciente, indicando uma clínica, mas o paciente foi informado que o médico do local só operava em Camaçari, sendo que ele mora em Salvador. Uma semana depois, o plano confirmou operação na capital e, logo depois, cancelou.

A reportagem procurou o Planserv para perguntar sobre o andamento do procedimento e o porquê da demora em sua autorização. Em nota, o plano informou que “o procedimento está autorizado”. O Planserv informa também que “procedeu com o cumprimento da liminar e acrescenta que foi cumprido todo o trâmite institucional e regular”.

O paciente afirma que ainda entrou em contato com plano, que afirmou estar em tratativas com o prestador de serviço que, no caso, é a médica. A profissional, no entanto, foi consultada pelo paciente e informou que não recebeu retorno do Planserv. Enquanto isso, o soteropolitano relata que continua sofrendo com as consequências de um problema que pode chegar ao sexto mês sem tratamento devido.

“Eu tenho uma fissura anal crônica. Sinto dores, apresento sangramentos e a dor limita minhas atividades diárias. Fico com dificuldade para andar, tenho que esperar algumas horas para começar a aliviar após fazer minhas necessidades fisiológicas. E, por conta da demora, tive complicações que intensificaram as dores, sendo necessário agora dois procedimentos diferentes”, relata.

Ações contra o Planserv

A reportagem procurou o Tribunal de Justiça da Bahia para saber quantas ações contra o Planserv foram abertas este ano. Em nota, o órgão disse que já são 338, de 1º de janeiro até 1º de agosto. Já em 2023, em todo o ano, foram 681 ações.

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