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Pai de Henry Borel se diz ‘aflito’ por mudanças e ‘distorções’ de depoimentos sobre o crime

O engenheiro Leniel Borel, pai de Henry Borel, fez uma publicação em suas redes sociais nesta quarta-feira (27) para falar sobre os rumos do julgamento do ex-vereador Jairinho e da mãe da criança, Monique Medeiros, acusados de matar Henry.

Leniel se diz “aflito” por mudanças e “distorções” de depoimentos que podem atrapalhar no processo de justiça pela morte do filho.

“(Venho) relatar o quão aflito estou pelas incoerências discorridas sobre o caso e mudanças e distorções dos depoimentos”, diz em um trecho. “As últimas notícias do andamento do caso são preocupantes! Estão sendo feitas diversas mudanças quanto aos depoimentos, atrapalhando ainda mais o julgamento. Não podemos deixar que a mentira vença, é a justiça pelo meu filhinho que está em jogo.”

Jairinho e Monique estão presos desde 8 de abril e ambos são réus pelo assassinato de Henry, morto por consequências, segundo a investigação, de agressões do ex-vereador. O casal responde no Tribunal do Júri.

No Tribunal do Júri, no último dia 6, o delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação, afirmou que “Henry já chegou morto ao hospital”.

“Ficou expressamente demonstrado pela equipe médica e pelos laudos periciais que, embora e tenha sido submetido a manobras de ressuscitação por bastante tempo, em nenhum momento ele apresentou frequência cardíaca. Ele já chegou morto”, disse o delegado.

Damasceno destacou que a tentativa de socorro ao menino feita por Jairinho, antes da chegada à unidade da saúde, não foi adequada.

Outra estratégia da defesa questionada por Leniel é a de dizer que Henry saiu vivo do apartamento onde vivia o casal, na Barra, e morreu no hospital – versão contrária à da Polícia Civil, que afirma que ele morreu ainda no apartamento.

A imagem da câmera do elevador (veja abaixo), divulgada pela defesa de Jairinho, mostra os três descendo para garagem do prédio, na madrugada de 8 de março, data da morte da criança. Jairinho parece tentar reanimar Henry, que está de olhos fechados e não se mexe.

Braz Sant’anna, advogado de Jairinho, disse que a filmagem “revela que Henry foi levado com vida ao hospital” e que “outras circunstâncias que constam dos laudos conduzem a esta conclusão, contrariando a versão acusatória”.

Laudos da polícia afirmam, no entanto, que Henry tinha morrido pelo menos duas horas antes.

39 minutos para o socorro

A Polícia Civil já tinha aberto uma investigação para saber se o então casal demorou 39 minutos para socorrer Henry.

O laudo da reprodução simulada indicou que o menino começou a ser agredido quatro horas antes de ser levado ao hospital, onde chegou sem vida (veja aqui como foi a reconstituição da morte).

A imagem apresentada pela defesa nesta terça — como se fosse uma novidade — é a última do garoto e foi feita às 4h09 do dia 8 de março.

Em depoimento na delegacia da Barra da Tijuca, Monique Medeiros disse que acordou no quarto de hóspedes, por volta das 3h30, quando viu a TV ligada e Jairinho dormindo ao seu lado. Em seguida, ela disse que foi até o quarto do casal e encontrou o filho caído no chão.

Ainda de acordo com Monique, Henry teria sido embrulhado e levado às pressas para o hospital.

Mas, de acordo com as imagens do elevador, entre o momento em que ela diz ter acordado e a saída do apartamento, passaram-se 39 minutos.

A foto da descida no elevador estava em um laudo da Polícia Civil que faz parte do inquérito. E prova, para a polícia, que o menino foi assassinado dentro do imóvel.

Médico sem exercer a profissão

Até então, Jairinho sustentava a defesa de que, apesar de ser médico, a última vez que tinha feito uma massagem cardíaca tinha sido em um boneco, ainda na faculdade.

O padrasto, em depoimento à polícia dias após a morte do enteado, afirmou que dirigiu até o Barra D’Or, enquanto Monique, no banco de trás, “fazia uma manobra de respiração boca a boca, apesar de não saber realizar o procedimento”. O ex-vereador também admitiu que jamais exerceu a profissão de médico.

Fonte: G1, 27/10/2021

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