A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 15, uma operação que visa o desmonte de um esquema de fraudes e corrupção envolvendo a reforma do estádio Castelão, em Fortaleza (CE), para a Copa de 2014.
Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão, estão o presidenciável Ciro Gomes (PDT) e seu irmão, o senador e ex-governador do Ceará, Cid Gomes.
De acordo com a PF, as obras ocorreram durante a gestão de Cid e a suspeita é de que houve “exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrentes de procedimento de licitação para obras no estádio”. Segundo a investigação, R$ 11 milhões teriam sido pagos em propina, por meio de dinheiro vivo ou doações oficiais.
A operação mobilizou 80 policiais federais que cumprem 14 mandados expedidos pela 32ª Vara de Justiça Federal do Ceará nos estados do Ceará e São Paulo e nas cidades de Belo Horizonte e São Luís.
Quebra de sigilo
Além da autorização dos mandados de busca e apreensão, a Justiça autorizou, em ordem do juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático dos irmãos e de mais 12 alvos entre pessoas físicas e jurídicas investigadas no suposto esquema.
“AUTORIZO a apreensão de computadores, telefones celulares, tablets, pendrives e outros dispositivos de armazenamento de midia, sejam eles funcionais e/ou particulares. AUTORIZO, igualmente, o acesso a todos os dados (p.ex. registros de chamadas; conteúdo das comunicações via aplicativos do tipo Whatsapp, Telegram ou SMS; vídeos; áudios; fotos, informações de georreferenciamento, etc.) existentes nos computadores, telefones celulares, tablets, pendrives e demais equipamentos eletrônicos/computacionais ou mídias apreendidos na posse dos investigados, bem como na chamada “nuvem” (cloud computing), relativa aos diversos serviços de armazenamento on line de conteúdo (Google Drive, Onedrive etc)”, versou o juiz na decisão.
A defesa de Ciro Gomes ainda não se manifestou sobre o caso.
