A adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividade física e alimentação balanceada, podem evitar o surgimento de cerca de 30% dos 66 mil novos casos de câncer de mama registrados no Brasil. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Segundo o ginecologista Jorge Valente, isso ocorre porque a obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, entre eles o câncer de mama. O Atlas Mundial da Obesidade de 2022, projeta que até 2030, 29,7% da população brasileira adulta seja obesa. Deste total, 33,2% são mulheres.
A adoção de hábitos saudáveis também se estende à manutenção do peso adequado, além de outras medidas como não fumar e evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica. O especialista ainda destacou o papel da vitamina D e dos carotenoides com ações antioxidantes e anti-inflamatórias no combate às células cancerígenas.
“A vitamina D é um hormônio importante e que desenvolve um papel crucial na estabilidade do organismo humano e, particularmente sua forma ativa 1.25 (OH)2D, tem se mostrado eficiente na inibição do crescimento de células cancerígenas, induzindo a morte celular e reduzindo a angiogênese, que é o processo de formação de vasos sanguíneos a partir de vasos preexistentes, que ocorre em condições fisiológicas e patológicas”, ressaltou.
O ginecologista também pontuou que a exposição solar é a principal fonte de vitamina D para a maioria das pessoas e alertou que por estar disponível em poucos alimentos, em indivíduos vulneráveis à deficiência, devem fazer suplementação desse hormônio.
“A suplementação de vitamina D consiste em uma estratégia de intervenção necessária, eficaz e segura para a prevenção do câncer de mama e, por isso, sempre que houver deficiência, devemos implementá-la”, avaliou.
Ainda de acordo com o especialista, outros mecanismos de proteção ao desenvolvimento do câncer de mama são a luteína e a astaxantina. “Em ensaios realizados descobriu-se que o consumo destes carotenoides têm demonstrado uma significativa redução nas taxas de proliferação de células cancerígenas”, explicou.
A luteína está presente em alimentos como milho, couve, rúcula, espinafre, brócolis e ovo. Já a astaxantina pode ser encontrada em algas e microalgas, como a chlorella e a spirulina e peixes e frutos do mar como lagosta, camarão, truta e lagostim. Os dois carotenoides podem também ser consumidos por cápsulas com orientação médica.
Atarde, 19/10/2022