A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou haver deixado o Brasil, afirmou que se encontra na Europa e que pretende denunciar os abusos do judiciário brasileiro. Ela também decidiu se licenciar do mandato.
Zambelli, que tem cidadania italiana, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por haver supostamente participado de “invasão” dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Eles me ceifaram, mas quando acham que morri, é quando renasço das cinzas — como a fênix. Quando julgam que minha árvore da vida secou, é quando ela mais dará frutos. Nove ministros do STF imaginaram que, ao não ser mais parlamentar, eu seria finalmente combatida e silenciada”, disse em entrevista à Revista Oeste.
Há outros brasileiros exilados, além da deputada, que também alegam serem vítimas de perseguição do Supremo Tribunal Federal (STF) e em particular do ministro Alexandre de Moraes, que eles acusam de promover verdadeira caçada a políticos conservadores, sobretudo ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Vive na Espanha, por exemplo, o jornalista Oswaldo Eustáquio, cujo pedido de extradição foi negado ao STF pela Justiça daquele país. Nos Estados Unidos se exilaram outros jornalistas, como Paulo Figueiredo e Allan dos Santos, que também se dedicam a denunciar as alegadas perseguições de Moraes e do STF.
Mais recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se exilou nos EUA alegando perseguição de Moraes, que, segundo ele, para atingir seu pai ex-presidente, estaria planejando sua prisão.
Carla disse ainda que vai manter a essência de ativista e criticou o Supremo.
“Sem as amarras de um mandato, sem precisar me preocupar se minhas palavras vão ferir a vaidade de uma corte que perdeu seu poder constitucional, posso lutar ainda mais — por aquilo que é certo. Afinal, eles sentem prazer em causar dor, mas eu sinto força em resistir”, declarou.
Sem revelar exatamente o local que vai morar, a deputada revelou apenas que será em um país europeu. Zambelli diz ainda que não fugiu.
Fonte: Diário do Poder, 03/06/2025
