O avião que iria à Índia buscar dois milhões de doses da vacina de Oxford contra a Covid-19 decolou, na tarde deste sábado (16), do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), para levar cilindros de oxigênio a Manaus (AM), que vive um colapso na saúde.
A aeronave, que estava no Recife (PE) desde quinta-feira (14), depois de sair de Campinas, e seguiria até Mumbai pegar o imunizante, precisou retornar à metrópole do interior de São Paulo na madrugada deste sábado, após o fracasso na negociação entre o governo brasileiro e a Índia para a importação da vacina. De acordo com a companhia, na aeronave que iria à Índia foram enviados 40 cilindros ao Amazonas, enquanto que um cargueiro, que também sairá de Viracopos, vai viajar à Manaus com outros 40 cilindros. Entretanto, a empresa não confirmou data e nem horário de partida.
Além da carga, o transporte contará com concentradores de oxigênio e uma tonelada de máscaras. O volume de oxigênio em metros cúbicos não foi informado pela empresa aérea.
Por meio de nota, a Azul informou que o pedido para levar oxigênio para a capital do Amazonas foi feito pelo Ministério da Saúde.
Voo adiado e fracasso na negociação
Na sexta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que vai atrasar até três dias a saída do Brasil do avião destacado para buscar na Índia 2 milhões de doses adquiridas do laboratório indiano Serum.
A decolagem de Recife rumo a Mumbai iria acontecer às 23h de quinta-feira (14), depois do avião deixar o Aeroporto de Viracopos. No entanto, um atraso na adesivagem adiou a saída da capital pernambucana para o mesmo horário de sexta, o que também não aconteceu, mesmo após o Ministério da Saúde anunciar e confirmar a importação das doses da Índia, produzida pela universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.
Vacinas
A Índia, com uma população de 1,3 bilhão de pessoas, começou a própria campanha de vacinação na mesma semana que o governo brasileiro decidiu que enviar o avião a Mumbai.
As 2 milhões de doses da vacina de Oxford faz parte de um lote de importação solicitada pela Fundação Oswaldo Cruz ao laboratório Serum. A Índia responde pela produção de aproximadamente 60% das vacinas utilizadas no mundo.
No Brasil, há a previsão, ainda, de utilização de 6 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan com tecnologia do laboratório chinês Sinovac. No entanto, os dois imunizantes ainda aguardam a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o pedido de uso emergencial.
A Anvisa marcou para domingo (17) a reunião de sua diretoria para deliberar sobre os pedidos de autorização emergencial dessas duas vacinas.
Fonte: G1, 16/01/2021