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Aviso aos prefeitos que vão para a reeleição: 2024 será pior que 2020

Em 2020, dos 417 prefeitos baianos 307 estavam aptos a disputar a reeleição – 294 encararam e 234 venceram, um índice de quase 60% do conjunto, um fato raríssimo, o segundo maior da história, segundo o advogado Luis Felipe Menezes, especialista em direito administrativo e também eleitoral.

Ele conta que o recorde de reeleição foi em 2008, quando a pujança da economia embalou um clima de otimismo e 68,8% dos prefeitos no País se deram bem. Em 2020, teve a pandemia, que irrigou os cofres municipais de dinheiro e encolheu campanhas adversárias. Já 2024 é outro papo.

— Em 2020 a pandemia restringiu atos de campanha, o que prejudicou opositores, e os prefeitos trabalharam mais em ações sociais. Hoje, as prefeituras estão sufocadas, com as receitas municipais em queda, o aumento das responsabilidades com programas e uma alta carga tributária, principalmente o imposto previdenciário. Sobreviver a isso é bem mais difícil.

A pandemia teve influência decisiva no desfecho. Herzem derrotou o PT e encarnou a linha bolsonarista. Não era um negacionista ostensivo, tomou as providências para a vacinação acontecer, mas pessoalmente não dava muita bola. Venceu no segundo turrno no dia 30 de novembro, 15 dias depois foi internado com a Covid, nem tomou posse, lá ficou até março, quando morreu.

Sheila – A empresária Sheila Lemos (UB) virou herdeira política em dose dupla. Da mãe, Irma Lemos, herdou o posto de vice. Ela era a vice no primeiro mandato de Herzem, não quis mais, botou a filha, que acabaria herdando também o próprio posto de prefeita.

Aí vem a questão: e Sheila vai bem para a reeleição? Precisamente, do jeito que Luis Felipe falou, ganhou em circunstância boa, vai encarar outra não tão favorável, a julgar pelo momento atual. Dizem lá que, além das dificuldades financeiras e o fato de ser oposição a Lula e Jerônimo, ela tem desgastes por ter herdado a equipe de Herzem sobre a qual não tem controle pleno. É competitiva, mas precisa se reajustar.

Fala Orlandinho:

— Além de ter tomado muitas medidas restritivas que desagradavam, eu próprio tive que restringir meus movimentos. Agora vamos tentar retomar a rota.

Fala Carlinhos:

Os dois têm mais algo em comum: são Lula lá e Jerônimo cá, outro fato que vai influir ano que vem, segundo Luis Felipe. Os opositores do governo têm alguns ingredientes para piorar o quadro.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Vem sua terra natal, São João Del Rey, em Minas, deputado estadual, depois federal, governador, senador e finalmente eleito presidente da República, em 15 de janeiro de 1985, o primeiro civil após a ditadura militar, não assumiu. Morreu sem tomar posse, vítima de uma crise de diverticulite (o vice José Sarney assumiu e governou todo o mandato).

Uma delas: Francelino Pereira, um piauiense que deu certo em Minas, tinha o hábito de chegar nos lugares abraçando e levantando crianças. Dizia Tancredo que lá um dia ele chegou em Montes Claros e, como sempre, pegou um menino, ergueu, mas o pequeno gritou:

— Me solta, cara!

Era um anão.

 

 

 

 

 

Atarde, 04/06/2023

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