Com trios elétricos, grupo faz carreata no Farol da Barra pela realização do Carnaval em Salvador
Membros do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), vendedores ambulantes e outras entidades favoráveis à realização do evento em 2022 realiza uma carreata na região do Farol da Barra, em Salvador, e cobra a realização da festa, ainda sem confirmação pela prefeitura e governo da Bahia.
Pelo menos seis trios elétricos são utilizados na manifestação, que, segundo a Superintendência de Trânsito da cidade (Transalvador), provocam congestionamento na Avenida Centenário e na Rua Afonso Celso. O órgão informou que também a Rua Airosa Galvão também será interditada.
No dia 11 de novembro, o Comcar fez uma assembleia e a maioria votou a favor de retomar a festa no próximo ano. Desde então, representantes da comissão e do conselho têm pressionado o prefeito Bruno Reis e o governador Rui Costa para que definam se haverá a realização do carnaval.
O vereador e presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos de Salvador, Claudio Tinoco, disse que o relatório da comissão concluiu que até 15 de novembro seria um prazo razoável para a definição por parte do governo do estado e da prefeitura de Salvador.
“Nós temos ouvido o prefeito Bruno Reis dizer que vai decidir no fim de novembro, e o governador Rui Costa dizer que não tem prazo, cabe a eles dar essa resposta à sociedade soteropolitana. Nós estamos aqui diante de uma questão que quem tem que resolver é o prefeito e o governador. E o governador é quem não traz, de forma objetiva, nem um prazo e muito menos as condições, os parâmetros e indicadores das taxas que são necessárias do ponto de vista da questão de saúde sanitária”, disse.
Diferentemente do que afirmou Tinoco, o governo do estado, por meio da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), estabeleceu parâmetros para definição, como o avanço da vacinação no estado e da redução do número de casos ativos.
“O ideal é que estivéssemos abaixo de 1,5 mil casos ativos, ou seja, ter uma curva decrescente. Quanto menos pessoas adoecidas, a gente sabe que tem menos espalhamento do vírus”, pontuou a secretária Tereza Paim, à época da reunião da comissão.
Logo após o anúncio do Comcar, a prefeitura também se manifestou. Segundo o prefeito Bruno Reis, é preciso analisar os números de vacinação, casos ativos, fator RT e quantidade de óbitos.
“Defendo que a gente possa anunciar a realização do carnaval condicionado a esses números, mas se chegar em fevereiro e não puder ser realizado, adia para outra data que seja mais oportuna e conveniente”, ponderou o prefeito no dia 11.
No dia 10 de novembro, um dia antes da assembleia do Comcar, o governador Rui Costa se manifestou e disse que não aceitará “ultimato de ninguém”, para tomar a decisão sobre a realização de carnaval da Bahia.
O posicionamento ocorreu depois que a comissão dos vereadores aprovou um relatório com onze recomendações para que a festa aconteça na capital baiana, antes mesmo do prazo estabelecido para a definição, que era o dia 15 de novembro.
“Se eu anunciar hoje: ‘terá carnaval’, e em dezembro os casos explodem, eu vou ter que cancelar. Aí, vou receber várias críticas, e o estado será processado por milhares de pessoas dizendo: ‘O governador anunciou que ia ter carnaval, eu fiz contratos e eu quero a indenização pelo meu prejuízo’. Do mesmo jeito que, se eu anunciar: ‘Não vai ter carnaval’, e lá para dezembro os números caírem de forma drástica… Por que não fazer o carnaval?”, disse Rui à época.
Fonte: G1, 21/11/2021