
No rastro da criação da associação de ex-prefeitos, dirigida por Sílvio Ataliba, de Maragojipe, vem um lado amargo do jogo político, o dos ex-prefeitos que se arrebentaram, ficaram pobres e com fama de ladrão.
Um exemplo é Boaventura Cavalcanti, o Boinha, de Canavieiras, prefeito lá pelo ano 2000, empresário, fazendeiro, resolvido, hoje é um pobre acuado por mais de 50 processos e com a fama de ladrão.
Ele integra uma longa lista de mais de 30 ainda vivos coletadas pelo advogado Ademir Passos, 63 anos de idade, 35 trabalhando com prefeitos em mais de 500 contratos de 280 dos 417 municípios baianos, ainda hoje advogado 0800 de ex-chefes que viraram carentes.
MP na rota — Lógico que no mix tem o inábil na gestão que não roubou, mas deixou roubar, os que roubaram e deixaram roubar, os que não roubaram e nem deixaram roubar, mas foram péssimos administradores.
Ademir diz que essa história tem outro viés. Muito do avacalhamento de reputações que acaba virando motor de fracasso vem das ações do Ministério Público.
– O MP move ação civil para tudo, às vezes sem nenhuma lógica. Veja Zé Ronaldo lá em Feira, é acusado. Depois de velho virou ladrão sem nunca ter sido?
E por falar em Feira, também lá, Clailton Mascarenhas, o vice que herdou a prefeitura com a morte de Zé Falcão, em 1997, integra a lista dos ex na pior.
Fonte: Atarde, 14/08/2021