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Jefferson defendeu Collor e Lula e revelou maior escândalo de corrupção do Brasil

O ex-deputado federal e presidente de honra do PTB, Roberto Jefferson, preso em flagrante no domingo (23) por tentativa de homicídio após trocar tiros de fuzil e atirar granadas em policiais federais, ingressou na vida pública em 1982 e buscou estar sempre ao lado dos presidentes da República desde então. Nesse período, defendeu Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo ciente de escândalos relacionados aos dois.

Em 1992, ano em que Collor foi cassado por um processo de impeachment por desvio de dinheiro, Jefferson fez parte de uma tropa de choque para defender o então presidente das acusações que lhe foram impostas. Durante as discussões na Câmara sobre o caso, o ex-deputado reclamou da condução do processo e criticou principalmente a atuação do presidente da Casa à época, Ibsen Pinheiro.

Após o afastamento de Collor, Jefferson voltou ao centro das atenções no Congresso ao ser citado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o desvio de verbas públicas, em 1993, que investigou políticos acusados de manipular emendas apresentadas à Comissão do Orçamento. O ex-deputado, contudo, passou impune.

Jefferson também manteve uma relação de proximidade com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Durante as gestões do tucano, inclusive, o ex-deputado fez indicações para órgãos vinculados ao governo federal, como para a antiga Delegacia Regional do Trabalho do Rio de Janeiro.

Lula
A relação de Jefferson com a Presidência da República aumentou no primeiro mandato de Lula. Mesmo tendo criticado o petista antes de ele ser eleito pela primeira vez, em 2002, o ex-deputado passou a integrar a base de apoio do governo no Congresso e também tinha liberdade para indicar cargos na administração federal.
Foi com Lula como presidente, contudo, que Jefferson virou peça-chave de dois grandes escândalos de corrupção, ambos revelados em 2005. O primeiro deles envolveu os Correios, no qual o ex-deputado foi acusado de dar respaldo a fraudes em licitações da empresa. De acordo com as denúncias, Jefferson controlava um esquema de pagamento de propina para abastecer os cofres do PTB.

À época, o governo Lula deu respaldo para que uma CPI investigasse o caso. Incomodado com o comportamento do governo, Jefferson decidiu denunciar o escândalo de compra de votos do Mensalão.

Segundo Jefferson, o PT usava dinheiro público para pagar uma mensalidade a deputados federais em troca da aprovação de propostas importantes para o Executivo. Graças ao esquema, Lula conseguiu a aprovação de uma reforma da Previdência em 2003.

Ainda de acordo com o ex-deputado, os parlamentares recebiam até R$ 30 mil por mês para apoiar o governo. De acordo com as informações divulgadas por Jefferson, o dinheiro que abastecia o esquema vinha de recursos que o governo federal repassava a uma agência contratada para fazer a publicidade de órgãos públicos.

Jefferson foi cassado no mesmo ano. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) o condenou a sete anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo envolvimento no Mensalão.

Temer
A relação de Jefferson com o governo federal foi retomada durante a passagem de Michel Temer pelo Palácio do Planalto. Em 2018, o ex-deputado foi convidado para indicar um nome para assumir o Ministério do Trabalho e sugeriu a filha dele, Cristhiane Brasil, que era deputada federal naquele ano.

Temer aceitou a indicação e nomeou Cristhiane para o cargo. No entanto, a Justiça Federal cassou a posse dela. Um dos motivos foi o fato de a ex-deputada ter sido condenada na Justiça do Trabalho por não pagar corretamente direitos a três ex-empregados, como férias, horas extras e 13º salário.

Fonte: R7, 24/10/2022

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