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Partido Liberal (PL), pede demissões em banco após contrato de R$ 600 milhões com ONG

O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, enviou um ofício a ministros, com cópia para o presidente da República, em que pede a “demissão do presidente e de toda a diretoria do Banco do Nordeste do Brasil (BNB)” após tomar conhecimento de um contrato de R$ 600 milhões da instituição com uma ONG.

Em vídeo, Valdemar conta que foi surpreendido, na última sexta-feira (24) à noite, com a notícia do contrato, enviada por WhatsApp pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.

Respondi ao presidente: ‘Duvido, mas vou esclarecer’. Liguei para o presidente do banco e fui surpreendido. Ele estava contratando uma empresa, mas era muito caro o preço, e a ONG prestava um grande serviço. Achei uma barbaridade um banco contratar uma ONG por aproximadamente R$ 600 milhões por ano. E isso há muitos anos. Quando eles entraram no banco, já tinha esse contrato e a gente não tinha conhecimento”, detalha.

O pedido, feito nesta semana pelo PL, atinge um cargo indicado pelo próprio partido, segundo Valdemar Costa Neto. “A indicação do presidente do Banco do Nordeste, um diretor, é do Partido Liberal. […] O Partido Liberal não pode manter diretores em um banco que encontra uma situação dessas e não toma providências”, afirmou.

O ofício com o pedido de demissão do presidente e da diretoria do BNB foi direcionado a ministros como Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Flávia Arruda, da Secretaria de Governo. O contrato citado existe desde 2003, quando ocorreu o início do processo de expansão do programa de microcrédito produtivo e orientado urbano do BNB, de acordo com nota da instituição, e é firmado com o Instituto Nordeste Cidadania (Inec).

“Sua contratação está em conformidade com a legislação vigente. O Inec presta o serviço de operacionalizar os programas de microcrédito do Banco do Nordeste”, ressalta a nota do BNB. No entanto, ainda em 2019, a instituição financeira deu início a estudos técnicos que reavaliam a atuação no segmento de microcrédito e podem suspender termos de parceria.

Ainda segundo o banco, mudanças no modelo de atuação, no segmento de microcrédito, “precisam seguir os princípios da governança, compliance, ética, integridade e transparência”, e, neste momento, a instituição financeira “está na fase de modelagem desta atuação, definindo os parâmetros dos serviços”. “Quando concluídos os estudos, e se aprovadas as propostas de alteração da atuação, estas serão oportunamente comunicadas ao mercado”, conclui.

R7 também entrou em contato com o Instituto Nordeste Cidadania, que afirmou que “não vai se posicionar, neste momento, acerca das declarações envolvendo seu parceiro público”.

 

 

 

 

 

 

Fonte: R7, 28/09/2021

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