
Os refugiados cubanos que vivem na Bahia, e que contam com a solidariedade e o dinheiro arrecadado com a venda de pão delícia para tocar a vida, pedem ajuda para voltar para Cuba após as dificuldades financeiras para se manterem no estado.
Em entrevista ao G1, a família contou que a situação se agravou depois que a dona da casa onde eles moram de favor (sem pagar aluguel) pediu para que eles deixem o local. A dona do imóvel também está com dificuldades financeiras por causa da pandemia da Covid-19, e vai tentar alugar a casa para conseguir um dinheiro extra.
Em busca de uma vida melhor, o casal decidiu deixar Cuba clandestinamente e imigrou para o Brasil, numa viagem que durou quase um mês e levou praticamente a reserva de US$ 7 mil resultante da venda da casa própria, pouco antes da partida.
Patrícia Girbau, 32 anos, Fernando Martinez, 38 anos, e o filho mais novo do casal, Daniel, de 8, estão em Salvador desde novembro do ano passado. Eles moram em um apartamento no bairro da Saúde, Centro da capital. A dona do imóvel não cobra aluguel para eles, apenas a conta de água e luz.
Assim que chegaram ao Brasil, eles deram entrada na papelada para obter a condição de refugiados — só assim, podem solicitar a vinda da filha. O processo ainda está em andamento e eles aguardam o resultado. No entanto, com as dificuldades trazidas pela pandemia, os planos mudaram. Agora, a família só pensa em voltar para Cuba.
Segundo Patrícia, o barulho feito pela batedeira usada por ela para fazer os pães que vende para sobreviver tem incomodado vizinhos, o que resultou no pedido da dona da casa onde moram para que deixem o local.
Apesar disso, a família vai poder ficar no imóvel até conseguir voltar para casa. “O morador do prédio não gosta do barulho da batedeira para fazer o pão. A gente consegue sobreviver, pagar água e luz, com o dinheiro que vem dos pães. Por causa da queixa desse vizinho, a proprietária da casa pediu para gente sair. Ela pediu para que a gente faça alguma coisa”, falou.
Patrícia explica que sem dinheiro e trabalho, eles não conseguem se manter em Salvador. E, mesmo se vendesse lanche em outro local, não conseguiria pagar aluguel, porque o dinheiro arrecadado como o pão só é suficiente para contas simples.
Por causa da situação, ela fez uma publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (24) para falar sobre o problema. Na postagem, ela dividiu com o seguidores as dificuldades que ela e a família enfrentam e pediu ajuda financeira. Ela explicou ao G1 que o dinheiro que precisam é basicamente para a compra das passagens.
Fonte: G1/BA, (25/09/2020)