O senador baiano Otto Alencar (PSD) afirmou, em entrevista ao BNews nesta sexta-feira (5), que a CPI da Covid-19, que senadores tentam pautar na Casa, pode mirar também governador – inicialmente, a ideia é investigar a condução do governo Bolsonaro durante a pandemia.
“Acho que o Rodrigo [Pacheco, presidente do Senado] não vai querer implantar isso. Isso vai se estender pros governadores. Começa com Bolsonaro, mas cada senador quer ‘pegar’ o governo do seu estado que teve problema”, analisou Otto.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é quem está responsável por conseguir as assinaturas suficientes para a CPI poder ser pautada na Casa. Ele já conseguiu reunir 30 assinaturas.
Otto não assinou, já que tem participado das sessões remotamente – o senador já é idoso -, mas disse que assinaria e informou que o correligionário Omar Aziz (PSD-AM) assinou a lista, representando o partido.
Wagner e Coronel
Procurados pelo BNews, os outros dois representantes da Bahia no Senado, Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), informaram que não assinaram a lista. O petista está licenciado das atividades, por causa de uma em decorrência de um descolamento de retina.
Já Coronel não vê muito sentido no esforço de criação de CPIs neste momento, já que não está ocorrendo sessões presenciais. Uma CPI só pode funcionar por meio de sessões presenciais.
“Se não tem sessão, como vai ter CPI? Tudo que acontece no Senado vamos fazer partidariamente. Se a maioria dentro do partido for pela assinatura, seguirei o partido”, disse Coronel.
Ele disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), condicionou o retorno às atividades presenciais à imunização de 60 milhões de brasileiros.
Governo Rui
O governo Rui Costa (PT), do qual os três senadores baianos são aliados, foi um dos que protagonizaram investigações durante a pandemia do novo coronavírus.
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil em junho do ano passado para investigar eventuais atos de improbidade administrativa no contrato firmado pelo Consórcio Nordeste – quando Rui era presidente – com a empresa Hempcare, alvo da Operação Ragnarock, realizada pela Polícia Civil da Bahia.
Citado pela dona da Hempcare como responsável pela negociação de 300 respiradores, Bruno Dauster foi exonerado da Casa Civil do governo da Bahia.
Em novembro, cinco pessoas foram presas, entre elas a diretora do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ), no norte da Bahia, durante uma operação da Polícia Federal para desarticular esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados ao HRJ.
Fonte: BNews, 05/02/2021