O senador Otto Alencar (PSD) disse que é contra a abertura de processo de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), em função da pandemia de coronavírus. Em entrevista a Mário Kertész hoje (1º), durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole, ele avaliou que, mesmo que seja instaurado o procedimento, os parlamentares teriam dificuldade para avaliar o projeto em função das medidas sanitárias. Ainda de acordo com o senador, a saída de Bolsonaro não resolveria questões como economia, saúde e desemprego.
Otto comentou a iniciativa de Rodrigo Maia (DEM) de cogitar abrir o processo de impeachment no último dia como presidente da Câmara. “Pelo que eu conheço do Artur Lira, ele sentando na cadeira da presidência da Câmara, ele senta com a responsabilidade e ganha com a maioria, mas ele vai dirigir a Câmara com responsabilidade de um colegiado. Nesse colegiado, muitos fazem oposição ao presidente da República, onde já tramitam vários pedidos de impeachment. Na minha opinião, abrir pedido de impeachment agora na pandemia não é o correto. Abrir para quê? Vai resolver o quê? Desemprego não vai resolver, crescimento econômico não vai resolver e controlar a pandemia também não vai resolver”, disse Alencar. O senador falou que um pedido apresentado por ex-procuradores-gerais da República é um dos processos que apresentam materialidade contra o presidente. No entanto, a discussão iria afetar a tramitação de medidas urgentes contra a pandemia de coronavírus.
“Se tivesse um ambiente presencial, sem crise sanitária, até tem motivo para isso. Esse último pedido que os ex-PGRs entraram agora tem fato determinado para abertura de um processo, mas acho que não é adequado para isso o momento. Se fizer, vai chamar a atenção do Congresso para uma área que não é prioritária à saúde, que é trazer a vacina para imunizar o povo brasileiro. Não defendo isso, embora ache que já há fato determinado para a abertura de um processo de impeachment”, declarou o senador.
Ainda de acordo com Otto, a iniciativa de Maia, caso se concretize, é um erro. “Se ele fizer no último dia, ele está fazendo uma coisa errada. Ele teve um ano e tanto para fazer, por que não fez? Vai jogar a raiva? Já se viu alguém na política jogar a raiva e dar certo na vida? Ficar escravo da raiva e do ódio, do ressentimento? Não vai dar em nada. Não resolve saúde, desemprego, educação, faz o país crescer e o PIB aumentar com a abertura do impeachment? Se abrir, não vai ter condição de reunir agora”, avaliou.
Fonte: Metro1, 01/02/2021