Apenas duas a cada cinco crianças brasileiras estão protegidas neste ano contra a paralisia infantil, segundo um levantamento do estudo VAX*SIM, da Fiocruz, que analisa a imunização dos menores de cinco anos. As informações são do Jornal O Globo.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi prorrogada até 30 de setembro devido à baixa adesão. Os dados da vacinação mostram que até a última sexta-feira apenas 44% das crianças entre um e quatro anos receberam o reforço da vacina.
Cerca de 6,4 das 11,5 milhões de crianças elegíveis estão desprotegidas a duas semanas do fim da campanha, destacam os pesquisadores.
Além disso, o levantamento ressalta que as sucessivas quedas na cobertura vacinal levaram o Brasil a ter, em 2021, a pior taxa de proteção os últimos 25 anos.
Apenas 70% dos bebês completaram o esquema primário com as três doses, e somente 60% das crianças receberam o primeiro reforço. Segundo o novo levantamento dos pesquisadores, dois a cada três municípios brasileiros não atingiram a meta de vacinar 95% do público-alvo.
O poliovírus, causador da poliomielite, é considerado erradicado no Brasil desde 1994. Em 2020, o relatório da Comissão Regional para a Certificação (RCC) da Erradicação da Poliomielite nas Américas (Opas/OMS) expressou preocupação com a possibilidade de reintrodução do patógeno no país e o colocou na lista de alto risco para a doença, ao lado de Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela.
O esquema de imunização contra a doença no Brasil é composto de cinco doses: as três primeiras com a vacina injetável de vírus inativada aos 2, 4 e 6 meses de idade. Depois, entre os 15 e os 18 meses de idade (1 ano), é feito o primeiro reforço com a vacina de vírus atenuado, a famosa gotinha. Aos 4 anos de idade, é indicado ainda um segundo reforço, também por via oral.
No ano passado, entre as capitais, somente Vitória, no Espírito Santo, alcançou o percentual de 95%. Salvador registrou somente 30%.
Segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), a última vez que o Brasil alcançou a meta de cobertura contra a pólio foi em 2015. Desde 2018, nem mesmo a marca de 80% é ultrapassada.
Fonte: Correio/BA, 19/09/2022