
Em audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou, em balanço parcial, que R$ 54,7 bilhões foram pagos indevidamente como auxílio emergencial, segundo o Extra.
O secretário de Controle Externo da Previdência, do Trabalho e da Assistência Social, João Ricardo Pereira, afirmou que, “de certa forma, isso já era esperado”. De acordo com o secretário, uma das razões para o elevado índice de fraudes foi a verificação dos critérios para recebimento do benefício apenas no pagamento da primeira parcela, sem mais checagens posteriores.
“Ao longo dos meses centenas de milhares de pessoas ficam inelegíveis. A gente pode citar pessoas que conseguem seguro-desemprego, conseguem benefícios do INSS e até pessoas que vêm a óbito. Em um país continental como o nosso, há uma mudança significativa das condições das pessoas de um mês para o outro”, declarou Pereira
Outro motivo que contribuiu para o alto número de pagamentos irregulares foi a deficiência dos bancos de dados públicos sobre o público-alvo. Não existia, por exemplo, cadastro governamental sobre mães chefes de família, que tiveram direito a cota dupla do auxílio emergencial. O TCU prevê que existam 4,4 milhões de mães solo no país, mas o benefício foi pago a 10,8 milhões.
Por meio do cruzamento de dados em cadastros governamentais e nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado pelo tribunal e outros órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), foi possível cancelar 3,7 milhões de benefícios, o que representou uma economia de R$ 8,8 bilhões.
Fonte: Atarde, 12/06/2021