Um dia após deixar o Corinthians, o técnico Cuca se reuniu com seu advogado, Daniel Leon Bialski, para orientá-lo a mover um processo contra as pessoas que, na avaliação do treinador, distorceram fatos ligados à sua condenação por envolvimento em crime sexual com uma menina de 13 anos, em Berna, na Suíça. O caso aconteceu em 1987 e o profissional, então jogador do Grêmio, foi condenado em 1989.
A informação foi inicialmente divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão, que conversou rapidamente com o advogado de Cuca.
Cuca afirmou, em comunicado oficial, antes de sua segunda e última partida à frente do Corinthians, que só se pronunciaria por meio de seus advogados. Depois de ver a equipe derrotar o Remo nos pênaltis e avançar às oitavas da Copa do Brasil, o técnico fez um breve pronunciamento, sem abrir para perguntas de jornalistas, para comunicar sua saída do clube. Foram seis dias entre o anúncio de que substituiria Fernando Lázaro e o fim de sua curta passagem.
Ele declarou ter vivido um “pesadelo” em poucos dias no comando do Corinthians pois enfrentou uma onda de protestos contra ele em razão da condenação no escândalo de Berna.
“Foi quase um massacre”, definiu. “Eu estava muito concentrado para esta decisão. Os jogadores me emocionaram, os jogadores sentiram o que estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet”.
O que já disse Cuca
Em sua coletiva de apresentação no Corinthians, Cuca declarou ser “totalmente inocente” e disse ter “vaga lembrança” do episódio. “Eu estava no Grêmio há uns 20 dias. Tenho vaga lembrança de tudo que aconteceu. Na lembrança que tenho, tinha 23 anos, íamos jogar uma partida e pouco antes subiu uma menina para o quarto. O quarto em que eu estava com mais três jogadores era duplo, tinha duas camas. Essa foi minha participação nesse caso”, declarou o treinador.