Investigações da Operação Faroeste apontam que o advogado Arthur Gabriel Ramos Barata Lima comprou uma picape Ford Ranger pelo valor de R$145 mil um dia após sua mãe, a desembargadora Lígia Ramos, proferir uma sentença que teria sido negociada por cerca de R$400 mil. Tanto Arthur quanto Lígia foram denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) no esquema de venda de decisões dentro do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Arthur Barata trabalhava como assessor técnico na na Assessoria de Planejamento e Gestão da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri). Ele teve a exoneração publicada no dia 19 de dezembro de 2020.
A venda da sentença supracitada teria sido intermediada pelo advogado Julio Cesar Cavalcanti Ferreira, que assinou acordo de delação premieada. Ferreira revelou aos investigadores que ficou com R$100 mil dos R$400 mil recebidos e a desembargadora ficou com o restante. A quantia teria sido entregue em frente a uma concessionária em Salvador e o carro foi adquirido na mesma data.
Em nota, a defesa de Lígia Ramos negou as acusações, que classificou como “mais nova ilação confeccionada com objetivos torpes”.
A defesa aponta que não há documentos que ateste a versão dita pelo delator a respeito da suposta venda de sentença e nega que houve qualquer venda de decisão antes de completar afirmando que “é absurda a tentativa de relacionar a compra do veículo com qualquer ação da desembargadora”.
Fonte: Correio/BA, 11/01/2021