O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. , acompanhado da cúpula da CPI da Covid, protocolou um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quarta-feira, 8.
O texto baseia-se no resultado das investigações da CPI da Covid e nas infrações que a comissão considerou terem sido cometidas por Bolsonaro na sua gestão da pandemia. A criação de um gabinete paralelo para questões de saúde, os atentados contra a vacinação e a defesa do tratamento precoce foram as principais práticas relacionadas a crimes de responsabilidade do presidente.
“Não houve uma imprudência, não houve uma negligência, o que houve foi um caso pensado. Era um caso pensado, no sentido de não seguir o que a ciência determinava, o que a caridade determinava, mas sim o objetivo único de culpar os demais órgãos da administração”, disse Miguel Reale Jr., ao entregar o pedido.
O jurista citou também a defesa da cloroquina por parte de Bolsonaro e sobre como o presidente “agiu sempre em conspiração contra a vacina”. Ele destacou ainda a crise de oxigênio no Amazonas e o “morticínio da população indígena”.
Reale Júnior e os demais juristas que assinam o pedido consideram ter havido uma ação premeditada de Bolsonaro, que teria interesse no impacto da doença sobre tais povos. O documento conta com 18 assinaturas, de 17 juristas e um médico. De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não cabe aos senadores assinar o pedido de impeachment.
Fonte: Atarde, 08/12/2021