
Giovanni Angelo Becciu, cardeal de 76 anos envolvido em um dos maiores escândalos financeiros do Vaticano, pretende exercer seu direito de voto no conclave que definirá o sucessor do Papa Francisco, falecido na segunda-feira (21). Apesar de condenado por corrupção e desvio de recursos, Becciu afirma que suas prerrogativas cardinais foram preservadas.
Durante as investigações, Becciu também foi ligado à consultora Cecilia Marogna, contratada por mais de meio milhão de euros para supostas missões de segurança. Parte dos valores foi usada para gastos pessoais, como estadias em hotéis de luxo e artigos caros.
Em 2020, Francisco aceitou sua renúncia aos direitos cardinais, mas manteve o título. Agora, Becciu utiliza esse detalhe para sustentar que pode participar do conclave. “O Papa reconheceu minhas prerrogativas cardinais intactas, já que não houve vontade explícita de me excluir do conclave nem solicitação de minha renúncia por escrito”, declarou ao jornal Unione Sarda.
A decisão sobre sua participação caberá à Congregação Geral dos Cardeais. Sua presença no processo pode gerar divisões no Sacro Colégio, especialmente entre aqueles que se opõem à linha de Francisco. Mesmo após os escândalos, o Papa celebrou uma missa na capela particular de Becciu em 2021, gesto visto por muitos como sinal de misericórdia ou reconciliação.
- Fonte: Carol Neves/Correio da Bahia,
Publicado em 23 de abril de 2025 às 07:41