As duas filhas da policial militar Sylvia Rafaella Gonçalves Pereira, de 38 anos, que estavam em casa com a mãe quando ela foi morta pelo ex-marido, foram resgatadas do imóvel por uma pessoa que ouviu os tiros. O caso aconteceu em Ibotirama, oeste da Bahia, na tarde de segunda-feira (5).
As informações foram confirmadas ao G1 nesta terça (6) pelo delegado que investiga o caso, Genivaldo Rodrigues. A identidade dessa pessoa não foi divulgada para preservar as investigações. A polícia investiga se as crianças estavam no mesmo cômodo em que a mãe foi assassinada a tiros.
As duas crianças estão com os avós maternos. Testemunhas vão começar a prestar depoimentos a partir desta tarde e, segundo o delegado, a filha mais velha da vítima também poderá ser ouvida.
Sylvia Rafaella tinha uma medida protetiva contra o Edson – em julho deste ano, ele foi preso em flagrante por agredir a PM.
Casal estava separado
O casal estava separado, e o delegado não descarta a possibilidade de a vítima ter sido morta porque o policial não aceitava o fim do relacionamento.
Ainda segundo Genivaldo Rodrigues, as investigações apontam que ele estaria se reaproximando de Sylvia Rafaella por causa da guarda da filha.
A polícia encontrou a moto de Edson Salvador na garagem da casa de Sylvia Rafaella, o que pode indicar que ela o deixou entrar na residência. Em julho deste ano, Edson já havia sido preso em flagrante por agredir Sylvia Rafaella, que tinha uma medida protetiva contra ele.
O corpo de Sylvia Rafaella foi velado nesta manhã em Bom Jesus da Lapa, que fica a cerca de 305 km de Ibotirama, onde o crime aconteceu.
‘Digital influencer’ e homenagens
Sylvia Rafaella usava as redes sociais para falar sobre a rotina de policial militar e compartilhava dicas de estudo para passar em concursos públicos. Até a tarde de segunda-feira (5), sua conta no Instagram tinha mais de 67 mil seguidores. Depois da repercussão da morte, o número saltou para quase 83 mil.
A agente se declarava apaixonada pela profissão e encorajava outras mulheres a também seguirem carreira militar. Sylvia Rafaella trabalhava na 28ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
Moradores de Ibotirama e policiais militares colegas da vítima prestaram homenagens. O grupo se reuniu em vigília na frente da 28ª CIPM. Por meio de nota, a PM informou que lamenta profundamente o ocorrido, que está apurando as circunstâncias do fato e dando apoio aos familiares. (G1)
Fonte: G1, (06/10/2020)